Parte de famílias haitianas na fronteira dos EUA podem ser encaminhadas para o Brasil
O pedido da Organização Internacional para as Migrações (OIM) – braço das Nações Unidas para imigração –, pediu ao governo brasileiro que receba haitianos que têm filhos brasileiros ou que passaram pelo Brasil antes de entrarem no México. O pedido gerou discussão entre analistas políticos, líderes de imigrantes e autoridades
Da Redação
O Brasil estaria preparado para receber parte dos haitianos que estão na fronteira dos EUA e México, em Del Rio, no Texas? Com o contingente de venezuelanos hoje na fronteira do Brasil, em Roraima, esperando ser acolhidos pelo governo brasileiro, seria viável? A Organização Internacional para as Migrações (OIM) consultou formalmente o Brasil para saber se o país pode receber alguns dos haitianos que estão acampados na fronteira. Esse pedido gerou discussão entre analistas políticos, líderes de imigrantes e autoridades.
Sem mencionar o pedido da OIM — braço da ONU para imigração —, o Itamaraty afirmou em nota que “o tema foi tratado em conversas entre autoridades de diversos países e está sendo analisado à luz da legislação vigente”.
O pedido da OIM ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden enfrenta uma pressão crescente para resolver mais uma crise imigratória, com milhares de haitianos tentando entrar ilegalmente no país – fugindo da pobreza e perseguições políticas.
O Brasil ainda não se posicionou quanto à solicitação da OIM, enquanto que grupos de direitos humanos, que atuam no Brasil, reivindicam que a situação de milhares de famílias venezuelanas, acampadas em Boa Vista, em Roraima, seja solucionada. A vinda de haitianos – direto da fronteira dos EUA –, seria inoportuna no momento, alegam ativistas.
Ainda assim, a OIM pede ao Brasil que receba haitianos que têm filhos brasileiros ou que passaram pelo Brasil antes de entrarem no México. A OIM disse, por meio de seu escritório mexicano, que tem “um programa de retorno voluntário que auxilia imigrantes de várias nacionalidades”. Sem dar maiores detalhes, a entidade disse que “a implantação deste programa exige um acordo entre os países envolvidos”.