Boom do óleo de xisto nos EUA reduzirá hegemonia da Opep, diz AIE

Boom do óleo de xisto nos EUA reduzirá hegemonia da Opep, diz AIE

Em relatório, agência aponta que tanto o gás como o óleo de xisto já estão transformando o mercado global de energia, principalmente ao fornecer suprimentos baratos à economia norte-americana e reduzir sua dependência das importações

Petróleo: óleo de xisto pode quebrar hegemonia da Opep (Hemera/Getty Images)
Petróleo: óleo de xisto pode quebrar hegemonia da Opep (Hemera/Getty Images)

boom do óleo de xisto norte-americano pode acarretar na maior oferta de combustível fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em décadas no próximo ano, ajudando a atender a forte demanda global e minando a participação dos países membros do grupo no mercado, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira.

Tanto o gás como o óleo de xisto já estão transformando o mercado global de energia, principalmente ao fornecer suprimentos baratos à economia norte-americana e reduzir sua dependência das importações. Apesar de um crescimento da demanda mundial de petróleo previsto para 2014, atingindo o nível mais forte desde 2010, a oferta deve permanecer bastante confortável, o que significa que os preços do petróleo não devem ter fortes altas, disse a AIE, consultoria de energia para os países industrializados, em seu relatório mensal.

“As perspectivas para 2014 devem impactar os fundamentos altistas do petróleo. O crescimento da oferta dos países fora da Opep parece estar a caminho de atingir um recorde de 20 anos no próximo ano, ultrapassando a máxima de 1,3 milhão de barris por dia de 2002”, disse a AIE.


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Xisto – As reservas de xisto representam 10% do total de petróleo e 32% do gás disponível no planeta. Além disso, a maior parte desse mineral está concentrada em poucos países e a rentabilidade da exploração ainda é difícil de estimar. As informações foram divulgadas na primeira pesquisa publicada pela Agência de Estudos sobre Energia (EIA na sigla em inglês) dos Estados Unidos nesta segunda-feira.

O país que mais detém reservas de xisto (que pode ser transformado em petróleo) é a Rússia, seguida por Estados Unidos, China e Argentina. Já os países com maiores reservas de gás de xisto – encontradas entre as camadas do mineral – são China, Argentina, Argélia e Estados Unidos.

Transformação – Para produzir petróleo a partir das rochas de xisto é preciso submeter o mineral a processos químicos e de alta pressão. A técnica é criticada por ecologistas, que afirmam que a produção é altamente poluente.

A revolução do xisto fez com que o petróleo obtido dessa forma representasse, no ano passado, 29% da produção total de petróleo nos Estados Unidos e, no caso do gás, 40%. Tal aumento fez com que o preço do gás norte-americano ficasse cinco vezes menor que o do brasileiro.

O xisto e a revolução do petróleo – As novas descobertas de reservas de fontes de petróleo no mar e nas rochas levou um estudioso italiano a afirmar que, ao contrário do que normalmente se ouve, a produção de petróleo deve crescer. Para Leonardo Maugeri, que fez um estudo sobre o crescimento do setor enquanto estudou em Harvard, o fim da era do petróleo está longe de acontecer e a produção deve aumentar 20% nos próximos sete anos.

Fonte: veja.abril.com.br



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