A interação do presidente Joe Biden com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, atraiu críticas. Ele o responsabilizou pelo assassinato do jornalista do Washington Post, Jamal Khashoggi, gerando um clima de desconfiança entre ambos
Da Redação – Durante encontro com líderes do Oriente Médio, o presidente Joe Biden contou que disse ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que o considerava responsável pelo assassinato do jornalista do Washington Post, Jamal Khashoggi. A afirmação aconteceu durante uma conversa entre os dois líderes destinadas a restabelecer as relações com o principal aliado árabe.
Em conversa com os principais líderes da Arábia Saudita, após reuniões, Biden, revelou que o príncipe herdeiro, conhecido como MbS, negou envolvimento e disse que responsabilizou os responsáveis.
“Com relação ao assassinato de Khashoggi, eu levantei isso na reunião, deixando claro o que eu pensava sobre isso na época e o que penso sobre isso agora”, afirmou Biden a repórteres.“Fui direto ao discutir o assunto. Deixei minha visão muito clara. Eu disse muito francamente que um presidente americano ficar em silêncio sobre uma questão de direitos humanos é inconsistente com quem somos e quem sou eu.”
A inteligência dos EUA apontou que o príncipe herdeiro aprovou diretamente o assassinato de Khashoggi — um membro saudita que se tornou crítico — por agentes sauditas. Biden argumentou que o que aconteceu com Khashoggi foi ultrajante.
“Ele basicamente disse que não era pessoalmente responsável por isso”, relatou Biden sobre a resposta do príncipe herdeiro durante a reunião. “Eu indiquei que eu achava que ele era.”
O presidente disse que eles também discutiram energia e que espera ver “mais passos” da Arábia Saudita, um grande produtor de petróleo, sobre combustíveis nas próximas semanas.
Como candidato presidencial, Biden falou que o reino deveria se tornar um “pária” no cenário mundial por causa do assassinato. Ele acrescentou que não se arrepende do comentário.
Os interesses de energia e segurança levaram Biden e seus assessores a decidir não isolar a gigante do petróleo do Golfo que vem fortalecendo os laços com a Rússia e a China.