Bicampeã de fisiculturismo brilha no Mundial da Inglaterra

Bicampeã de fisiculturismo brilha no Mundial da Inglaterra

A fisiculturista Gabi Dezan, segunda colocada no Mundial de Fisiculturismo da Inglaterra, mantém o título de bicampeã mundial com títulos na Ilha de Malta e Itália. A paranaense fala da disciplina como fator preponderante e dá dicas para o corpo saudável

Edição de novembro/2018 – p. 16 e 17

Bicampeã de fisiculturismo brilha no Mundial da Inglaterra

Determinação é o que mostrou a fisiculturista Gabi Dezan durante as competições do Concurse Universe de Fisiculturismo, realizado em novembro na cidade de Birmingham, na Inglaterra – centro-oeste, região central da Grã-Bretanha –, ao conquistar o segundo lugar no Mundial. A brasileira mantém o título de bicampeã mundial de Fisiculturismo ao sagrar-se campeã Mundial na Ilha de Malta, em 2015, na modalidade Toned, obtendo esse ano no Mundial da Itália o título de campeã. A paranaense de Londrina, fisioterapeuta e profissional de Educação Física, dá um passo importantíssimo e atribui o sucesso alcançado ao fator disciplina para preservar os músculos definidos e em plena forma. “Os dois campeonatos mundiais de fisiculturismo tiveram um significado diferente na minha vida. No primeiro título mundial que ganhei em Malta, eu queria me superar, mostrar a mim mesma que era capaz. Questionava a minha disciplina, e o que essa disciplina seria capaz de fazer por mim, caso me dedicasse cem por cento aos treinos durante o ano. Queria saber aonde eu poderia chegar. Fui me testando, e vi que valeu a pena, cheguei ao título. À disciplina me deu o título mundial”, relata com entusiasmo.

E após a expressiva visibilidade adquirida com a conquista do título mundial em Malta, Gabi decidiu abrir a sua própria empresa de consultoria esportiva online, em parceria com o esposo, o nutricionista Daniel Dezan, que prescreve os treinos e dieta. “Eu faço o trabalho motivacional, incentivando as pessoas, falando a elas que vale pena seguir o plano e que toda disciplina é compensada”, conta.


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Entretanto, “ao dizer para a pessoa comum, que não me conheceu antes do campeonato mundial, sobre a importância da disciplina, dos seus benefícios, ela poderia questionar a minha postura pelo fato de eu ser atleta campeã do mundo, de ter conseguido chegar lá, e que para mim tudo seria fácil. As pessoas não acompanharam o meu processo de preparação para disputar um título mundial. Então compreendi que a minha fala teria muito mais peso se eu me propusesse a fazer tudo de novo, se tentasse mais uma vez disputar um título de campeonato mundial. E, após três anos fui para a Itália disputar o mundial, e fiz questão que os meus clientes e seguidores acompanhassem de perto o meu trabalho de preparação”.

“Todos viram que abri mão de muita coisa, mantendo disciplina na minha dieta e na preparação física, comendo apenas frango e salada, inclusive, no Carnaval e no meu aniversário. Abri mão de doces. Queria que todos entendessem que mesmo eu sendo uma campeã do mundo teria que fazer tudo de novo para disputar o título. E deu certo: Deus me abençoou e fui bicampeã mundial de fisiculturismo na Itália. Na prática, mostrei que falo a verdade às pessoas”, comemora Gabi. “Agradeço a Deus pelas coisas importantes que têm acontecido. O meu primeiro título mundial foi motivo para que eu e o meu marido recebêssemos o Green Card, e que também abrisse portas para ter patrocínio. E o que muda a partir disso? É o peso da palavra de uma bicampeã do mundo”, reforça.

Quanto à participação de mulheres no fisiculturismo, onde predomina o universo masculino, disse Gabi Dezan, ao ser consultada, que, “o fisiculturismo não pode ser visto apenas como esporte masculino ou que as mulheres que disputam a modalidade sejam masculinizadas. Quem pensa assim está equivocado. São federações diferentes, categorias diferentes, e cada categoria tem o seu biotipo. A minha é a Toned, que é uma categoria extremamente feminina. E se você fica muito masculina ou com volume muscular muito alto, e um percentual de gordura muito baixo, sai do ponto e acaba não atingindo o que eles querem para a categoria”, alerta.

No comparativo entre o homem e a mulher – no condicionamento físico –Gabi foi categórica ao afirmar que, “não gosto desta coisa de empoderamento da mulher, acho isso uma baboseira porque a mulher é mais frágil mesmo e foi criada assim. Temos menos hormônio que o homem. Mas isso não quer dizer que o fato de a mulher ter menos hormônio, menos massa muscular, seja medrosa ou que tenha receio de desafios, e que não possa conquistar alguma coisa. O homem e a mulher, podem conquistar o que quiserem, desde que não tenham medo do trabalho, que não fujam da disciplina e que não fujam da luta”, pontua a fisiculturista.

Conhecida como a Life Coach das estrelas – dá consultoria para vários famosos –, Gabi Dezan, de 31 anos, disse que pensou na possibilidade de competir pelo Fisiculturismo em 2014, quando cursava o último ano da Faculdade de Educação Física, “eu já era formada em Fisioterapia”. Ela almejava trabalhar como personal trainer. “Eu precisava ser o meu próprio cartão de visitas, ter um físico bonito, que agradasse a maioria das mulheres para que eu tivesse clientes que pagassem pelo meu treino, e que eu pudesse instruí-las. Eu vi que muitas meninas melhoraram o físico depois que passaram a competir pelo fisiculturismo, então decidi fazer o mesmo”, lembra. “Eu treinava exaustivamente, fazia dietas, mas não via melhoras no meu físico, quando decidi entrar para o fisiculturismo. Queria saber qual era o segredo e com isso atrair clientes. E depois que entrei para o fisiculturismo, entendi que a dieta que fazia anteriormente não era a correta. E fazer dieta de segunda a sexta é a mesma coisa que nada. A dieta e os treinos têm de ser de segunda a segunda, independente da época do ano, seja feriado ou não”, esclarece.

“Aprendi com o fisiculturismo a ter disciplina, e o meu físico mudou, melhorou muito. Isso me fez ganhar títulos e agregou tantas clientes ao meu trabalho que parei com as aulas presenciais como personal trainer. Abri a minha empresa esportiva online com o meu marido, que prescreve dietas e treinos para clientes em todo o mundo. Não temos contato presencial com elas”, acrescenta Gabi.

Do Paraná para o mundo, assim tem sido a trajetória de Gabi Dezan, embora a fisiculturista não se envaideça com o reconhecimento internacional. “Sinceramente não consigo ver essa magnitude. Sei que é um feito muito grande, mas não vejo dessa forma. Nasci e me criei em um lar cristão, e a Bíblia nos ensina que ‘tudo posso naquele que me fortalece’ e que Deus honra aquele que se esforça. Não fiz algo impossível, fiz a minha parte e Deus fez a parte dele. É dessa maneira que eu vejo. Tudo o que aconteceu na minha vida foi direção e permissão de Deus, pela glória dele. Deus quer agraciar aquele que batalha. E eu batalhei, e não foi pouco, fiz duas faculdades, tenho cinco anos de competição e sigo uma disciplina diferente das pessoas que eu costumo ver. Cuido com muito carinho das minhas clientes, o meu marido segue estudando, tem duas faculdades e um doutorado. E se todos entendessem que você colhe aquilo que planta. E se saí do Paraná para o conquistar o mundo, é para impactar as pessoas. Foi Deus que me colocou lá para incentivar muito mais pessoas a se acreditarem”, diz. “Tenho muito orgulho de levar o nome do Brasil para o mundo”.

Falta de apoio aos atletas

Mas a falta de apoio aos atletas do Brasil, explica a fisiculturista, é um contraponto diante de tantos esforços para se conquistar um lugar ao pódio. “Eu fico triste porque a gente se esforça tanto, batalha muito, é bem-vindo em vários outros países, temos reconhecimento, e no Brasil o atleta não é valorizado. Os Estados Unidos me deram o green card em quinze dias porque entrei com um pedido de visto de habilidade extraordinária e o único documento que precisei apresentar foi a carta da Federação comprovando o meu título mundial. No Brasil o esporte não é valorizado”, alfineta. “As pessoas falam muito, os jovens querem praticar o esporte, todos querem cuidar da estética, ter corpo bonito, mas falta apoio, o atleta não tem incentivo. Esse ano tinha poucos atletas brasileiros participando do campeonato mundial, acredito que apenas quatro representantes do Brasil”, lamenta Gabi.

“No primeiro campeonato que participei na Irlanda do Norte, o Brasil tinha um grupo de trinta atletas. O pessoal não tem condições de viajar, e graças a Deus tenho os meus patrocinadores, mas precisei ganhar um título paranaense, brasileiro, pan-americano e um título mundial para conseguir fazer o que eu faço hoje. É um esporte caro, precisa de grande quantidade de alimentos como frango, salmão, e isso pesa. É preciso estar na academia e os suplementos são caríssimos. O que chateia é ver que o atleta brasileiro está perdendo espaço no mundo por falta de condições financeiras. E para estar no palco por dois minutos, numa competição, o atleta precisa de, no mínimo, um ano inteiro de preparo alimentar e treinamentos”, contesta.

Curso 30 dias com Gabi

Segundo a fisiculturista Gabi Dezan o curso “30 Dias com Gabi” tem tido resultados surpreendentes, e não se trata de uma dieta alimentar. “O curso instrui pessoas a mudarem hábitos e viver em paz com a alimentação, com as suas escolhas e o espelho, evidente. Conto com a ajuda do meu marido, Daniel Dezan, educador físico, nutricionista, mestre em esporte de alto rendimento e doutorado em educação física e desporto. Tem ainda a participação de minha irmã, psicóloga, Isadora Cambraia, autora do livro ‘E Agora vai’, que é mestre em análise comportamental. Uma ótima oportunidade para mudar velhos hábitos e obter um corpo saudável”, finaliza.

Serviço

Contato com Gabi Dezan

E-mail: suporte@gabidezan.com.br



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