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Bebendo as estrelas
DEZ/2016 – pág. 30
Para fechar 2016 com chave de ouro, achamos apropriado falar sobre a bebida predileta de fim de ano da maioria esmagadora das pessoas: Champagne. E talvez você já tenha escutado alguém dizendo “Champagne só pode ser da região de Champagne”. Apesar de correta, essa informação na prática, é confusa: quer dizer que o Moet francês é champagne, mas o Chandon americano ou brasileiro não? E agora? Com o que vou brindar o ano novo?
Reconhecer o que é ou não champagne pode ser uma tarefa difícil – até porque outros vinhos espumantes querem pegar carona na glória do primo famoso, e fazem de tudo para serem confundidos. Vide o caso da produtora Moet Chandon: originaria da região de Champagne e reconhecida por todo o mundo como sinônimo de qualidade, ela mesma colabora com esse desarranjo, uma vez que ela tem vinícolas em vários países, inclusive na Califórnia (Napa), e Rio Grande do Sul (Garibaldi).
Então, caso você queira a informação mais importante desse artigo, logo de cara, aqui vai: vinhos com borbulhas são vinhos ESPUMANTES – inclusive o champagne. Porém o inverso nem sempre é verdade…
Existem muitos tipos de espumantes – ou sparkling wines, como são conhecidos nos Estados Unidos, e eles possuem denominações diferentes, dadas de acordo com regulamentações internacionais, referentes a região de onde vem e a forma como são produzidos. A produção se refere basicamente às uvas utilizadas e o método aplicado para incorporar o gás carbônico ao líquido, lembrando que é esse gás que produz as bolhas. Já a região, diz respeito ao território específico onde dá-se a produção do vinho. Por exemplo: é possível um espumante francês que não seja champagne, como é o caso dos cremánts, que podem ser de Bordeaux, Alsace, etc.
As borbulhas são resultados de uma segunda fermentação pela qual o vinho passa. Os dois principais métodos de fermentação são o Tradicional ou Champenoise (“chan-pe-no-aze”) e o método Charmat (“xar-mah”). Para não complicar: no método Champenoise, a segunda fermentação acontece dentro da garrafa, de forma individual, o que requer mais trabalho e tempo, já que as garrafas têm que ser manuseadas e controladas de forma praticamente artesanal. No método Charmat, a segunda fermentação acontece em tanques pressurizados, e o vinho ja sai dos tanques para ser engarrafado com bolhas. Pense em como a maioria das cervejas são feitas: o método Charmat é muito similar a isso. Por isso, os resultados são diferentes: as bolhas de vinhos produzidos pelo método Charmat são maiores e mais vigorosas. Já os espumantes produzidos pelo método tradicional, são mais aromáticos e tem perlage mais delicada (perlage = borbulhas).
Um pouquinho de história: o primeiro Champagne foi produzido acidentalmente. Em um ano, por causa do frio intenso, a fermentação do vinho produzido “adormeceu”. Pensando que os vinhos estavam prontos, eles foram guardados. Quando a temperatura subiu, a fermentação voltou a acontecer, e fez com que as garrafas estourassem por causa do gás carbônico resultante. Depois do susto, algum corajoso experimentou a bebida e reza a lenda que ele teria dito “Venham rápido, estou bebendo as estrelas”. Passados alguns anos, um produtor/inventor de Champagne, criou a cápsula que é colocada em cima da rolha, para a garrafa não explodir, técnica utilizada até hoje.
Champagne é exclusivamente feito de Chardonnay (uva branca), Pinot Noir e Pinot Meunier (ambas uvas tintas). As cascas, que dão coloração ao vinho, são rapidamente removidas do processo, logo Champagne sempre apresenta cor clara. Quando feito 100% de Chardonnay, ele ganha a denominação de “Blanc de Blanc”, e essa é reconhecidamente a versão mais light e elegante da bebida. Ja o Pinot Noir traz um pouco mais de complexidade e notas de frutas vermelhas, enquanto o Pinot Meunier contribui com aromas florais e de frutas frescas. Quando feito somente dessas uvas tintas, misturadas ou não, ganha a denominação Blanc de Noir.
Apesar do caráter glamouroso e quase exclusivo, o Champagne é democrático: tem para todos os gostos. Se você prefere uma bebida mais adocicada, experimente os Champagnes Doux – literalmente traduzidos como “champagnes doces”. Confessamos de antemão que não é fácil encontrá-los, e por isso partimos para a segunda opção que são os Demi-Sec, esses sim amplamente disponíveis no mercado. Para facilitar essa busca, segue abaixo uma tabela com denominações dadas com base na quantidade de açúcar residual em cada garrafa:
O Brut é o mais popular, e por isso, seu preço costuma ser o mais acessível: é possível encontrar excelentes garrafas desse tipo de Champagne em diversas lojas, inclusive supermercados atacadistas, com custo entre $40USD e $50USD, dentre eles Veuve Clicquot Brut NV, Moet & Chandon Brut Imperial, Taittinger La Francaise Brut NV, dentre outros.
Notaram um NV ao lado de alguns dos nomes acima? Trata-se de uma abreviação para o termo Non-Vintage, ou seja: o vinho foi produzido com uma mescla de colheitas de vários anos, e por isso seu custo normalmente é mais baixo do que um champagne de safra especifica.
De Oscar Wilde a Kanye West, a opinião sobre champagnes é sempre unanimemente positiva, e talvez melhor traduzida pela frase de Sir Winston Churchill “I could not live without Champagne. In victory I deserve it. In defeat I need it.”. E é nesse espirito que desejamos boas festas e um 2017 estrelado. Cheers!
Daniela e Conrado Ventura
Sommeliers certificados pela United States Sommelier Association.
E-mail: venturauncorked@gmail.com
Site: www.uncorkedimage.blogspot.com