BC dos EUA decide reduzir estímulo à economia a partir de janeiro

BC dos EUA decide reduzir estímulo à economia a partir de janeiro

Fed injetará US$ 10 bilhões a menos a cada mês nos Estados Unidos. Segundo Mantega, dólar pode ter alta ‘momentânea’ com a decisão.

Ben Bernanke, chairman do Fed, comenta decisão de diminuir estímulo econômico nos EUA (Foto: AP)
Ben Bernanke, chairman do Fed, comenta decisão de
diminuir estímulo econômico nos EUA (Foto: AP)

O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) decidiu nesta quarta-feira (18) reduzir em US$ 10 bilhões seu programa mensal de compra de ativos, que serve para estimular a economia dos Estados Unidos.

A partir de janeiro próximo, vai diminuir o montante de compras mensais de bônus do Tesouro e títulos hipotecários, que servem para injetar dinheiro no país, de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões.

Uma definição do Fed sobre o seu programa de estímulo econômico era aguardada há meses pelos mercados. O sobe e desce da moeda americana ficou mais intenso desde meados do ano, quando uma autoridade do Fed indicou que estava chegando a hora de reduzir a injeção de dinheiro nos Estados Unidos.


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A mudança na política foi aprovada por 9 votos a 1.

“O Comitê (Federal de Mercado Aberto) vê que os riscos à perspectiva econômica e ao mercado de trabalho tornaram-se mais equilibrados”, disse o Fed após a reunião de dois dias.

O Fed informou ainda que provavelmente reduzirá mais compras de ativos em passos comedidos se dados mostrarem contínua melhora do mercado de trabalho e inflação rumo ao objetivo de longo prazo.

Ainda na reunião desta quarta, o BC dos EUA manteve a taxa de juro próxima de zero e disse que ela deve permanecer nesse patamar enquanto o desemprego for superior a 6,5% e a inflação projetada não superar 2,5%.

O Fed também ampliou a faixa de previsão de crescimento do PIB do país para 2014 para entre 2,8% e 3,2%. A previsão anterior era que o PIB ficasse entre 2,9% e 3,1%, segundo o Comitê de Política Monetária do Fed (Fmoc).

Impacto na cotação do dólar e no Brasil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou mais cedo que a retirada de estímulos na economia dos Estados Unidos poderá causar “alguma volatilidade” no mercado cambial, com alta “momentânea” do dólar. Ele destacou, porém, que o Brasil está “muito bem calçado”.

“A volatilidade vai e volta. Pode ter uma valorização momentânea do dólar e, depois, ele volta. Temos os instrumentos para enfrentar isso. O país está muito sólido, tem reservas, o BC tem um mecanismo de swaps. Diria que estamos bem. O mais importante é que os Estados Unidos vão crescer e isso será bom para nossa economia”, afirmou.

Também nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil está preparado para enfrentar mudanças na economia dos Estados Unidos. Segundo ela, não existe mais a imagem de “espirro nos Estados Unidos, pneumonia no Brasil”.

Consequências
O programa de compra de ativos do Fed, peça central da política da era de crises, adicionou cerca de 4 trilhões de dólares em títulos a seu balanço patrimonial. O processo de retirada do estímulo percorre numerosos riscos, incluindo a possibilidade de juros mais altos do que a meta e perda de confiança dos investidores, destaca a Reuters.

Umas das possíveis consequências da diminuição do estímulo econômico é a redução da entrada de dólares nos mercados emergentes. No cenário anterior, com o aumento da quantidade de dólares em circulação e os títulos americanos pagando tão pouco, parte dos recursos injetados na economia americana acabou sendo investida em países emergentes, em papéis de maior risco e rentabilidade.

Tal movimento, definido pela presidente Dilma Rousseff como um “tsunami monetário”, provocou nos últimos anos uma valorização das moedas de países como Brasil, Índia, Indonésia e México, bem como um aumento do fluxo de capitais para tais países.

Fonte: g1.globo.com



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