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Bactéria mortal desafia medicamentos nos EUA
Um novo grupo de bactérias resistentes a antibióticos, conhecido como Carbapenem-Resistant Enterobacteriaceae (CRE), tem preocupado médicos nos Estados Unidos devido a capacidade de causar infecções ainda sem tratamento. As informações são do site USA Today.
Dias após um paciente de meia-idade chegar a University of Virginia Medical Center, especialistas notaram que as bactérias presentes em seu organismo tinham lutado até mesmo contra os remédios mais fortes, conhecidos como “drogas para a última instância”. “Foi muito preocupante, era a primeira vez que tinha visto esse tipo de resistência”, diz Amy Mathers, um dos especialistas do hospital.
O paciente morreu três meses depois, mas desde então vários novos casos surgiram e a bactéria continua a ser uma ameaça. Tanto que as taxas de mortalidade entre os pacientes com infecções CRE podem chegar a 40%.
No verão de 2012, dos EUA, a superbactéria ganhou as páginas dos jornais após relatarem casos no National Institutes of Health Clinical Center. Entre sete mortos, um adolescente de 16 anos.
De acordo com o site, foram diagnosticados vários casos em todo o país nos últimos anos – e eles aparecem normalmente com sintomas de pneumonia e infecções urinárias e intestinais. Ainda assim, o problema tem recebido pouca atenção até agora. “Levando em consideração os organismos resistentes às drogas, essa é a ameaça mais grave, o mais sério desafio que enfrentamos com a segurança de pacientes”, disse Arjun Srinivasan, diretor do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC).
Para avaliar o problema e o que está sendo feito para solucioná-la, o USA Today entrevistou autoridades de saúde e avaliou artigos, relatórios clínicos e dados estaduais e federais de saúde. Com isso, constaram que:
- – Casos de pacientes com CRE já são endêmicos em grandes cidades dos EUA, incluindo Nova York, Los Angeles e Chicago, que têm centenas de casos confirmados.
- – Não há dados nacionais confiáveis sobre a dimensão do problema. O CDC estimulou os Estados para acompanharem os casos, mas apenas algumas regiões seguem o pedido à risca.
- – Há pouca chance de que um medicamento eficaz para matar a bactéria será produzido nos próximos anos. Os fabricantes não têm novos antibióticos em desenvolvimento, de acordo com as autoridades federais e especialistas da indústria, e há pouco incentivo financeiro.
- – Muitos hospitais não têm a capacidade para identificar a CRE ou isolar pacientes portadores da bactéria.
Prevenção
Como o tratamento ainda não foi descoberto, especialistas apostam na prevenção em hospitais. “A realidade é que, (infecções CRE) são notavelmente difíceis de tratar e apresentam maus resultados”, disse Gary Roselle, diretor do Infectious Diseases Service for the Department of Veterans Affairs. “Eu estou supondo que isso vai piorar e provavelmente não terá novos antibióticos para ajudar em um futuro próximo, então o foco é a prevenção”.
Para isso, por enquanto, a orientação do CDC é manter uma limpeza rigorosa nas mãos, isolar pacientes infectados, cortar o uso de antibiótico para retardar o desenvolvimento de bactérias resistentes e limitar o uso de dispositivos invasivos, como catéteres, que oferecem um “caminho” para as bactérias entrarem no corpo.
Fonte: terra.com.br