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Aumento da imigração ilegal de jovens divide opiniões nos EUA
Moradores de uma cidade no Michigan protestaram contra os planos do governo. Já no Arizona, manifestantes deram boas-vindas aos imigrantes.
O aumento maciço da imigração ilegal de crianças e adolescentes da América Central está dividindo opiniões nos Estados Unidos.
Na terça-feira (15), moradores de uma cidadezinha no Michigan protestaram contra os planos do governo local de receber cem crianças que entraram no país sem visto. Já no Arizona, manifestantes na cidade de Oracle deram as boas-vindas aos imigrantes que seriam levados pelo governo federal para abrigos.
Na região de fronteira, milhares de pessoas enfrentam riscos enormes para fugir da violência e da pobreza nos países centro-americanos.
Na viagem clandestina para os Estados Unidos, a morte ronda todos os trechos. No teto de vagões ou até mesmo entre eles, imigrantes de países como Guatemala, Honduras e El Savador atravessam o México em direção à fronteira americana.
O trem de carga é conhecido como ‘La Bestia’, ou ‘A Besta’. Muitos sofrem acidentes graves ao cair nos trilhos. Vários morrem.
Richard, de dois anos, perdeu uma das pernas quando a mãe tentava pular com ele do trem.
Ela fraturou o braço ao puxar o filho dos trilhos.
Na rota da imigração ilegal, também há inúmeros casos de sequestros, comuns especialmente em Tamaulipas, estado na região norte do México.
A área é dominada pelo Zetas, um dos cartéis de drogas mais violentos do mundo. Atravessar a fronteira para o Texas não significa o fim dos perigos.
Gilberto Ramos tinha quinze anos quando decidiu que iria para os Estados Unidos para tentar um emprego e ajudar a pagar o tratamento médico da mãe, que sofre de epilepsia. Saiu desta vila humilde em Chuchumatanes, na Guatemala.
Cipriana conta que chegou a pediu ao filho para não ir. Foi um mês e meio sem notícias. O menino morreu ao se perder no deserto do Texas.
O corpo de Gilberto foi encontrado pela patrulha de fronteira numa região do Rio Grande perto de um arbusto. O menino estava sem camisa e tinha, no pescoço, um terço que a mãe havia dado para ele para proteger o filho durante a viagem. Gilberto estava sozinho e acabou morrendo pouco depois de atravessar a fronteira.
Conceição e a filha Roxana Margarita também se perderam no deserto, mas tiveram mais sorte. As duas saíram há três semanas da Guatemala conheceram de perto as ameaças do caminho. Mãe e filha foram sequestradas no México.
“Eles nos prenderam dentro de uma casa, comecei a chorar e orar. Eles maltratavam as pessoas e pediam 40 mil pesos para não cortarem a cabeça”, diz Elaine Lucas.
Depois de três dias, a família de Conceição pagou o resgate. Elas foram liberadas sem dinheiro para comer ou beber. Acabaram detidas pela patrulha de fronteira americana.
Depois de três dias, as duas vão agora para a casa de um parente aguardar a audiência na Justiça. Enquanto isso não acontece, Roxana Margarita, apesar de pequena, já faz planos de gente grande. Diz que quer crescer logo para poder trabalhar e ajudar a mãe.
Fonte: g1.globo.com