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Aproveitando o fato do temporal Sandy e do massacre em Newtown, notamos que, quando a desgraça chega, as pessoas realmente se ajudam. Esses acontecimentos mostram às crianças que a vida não é cor-de-rosa, no entanto, também mostram que o apoio sempre vem de uma maneira ou de outra. As crianças são bastante resistentes, mas precisam, à sua volta, de pais e adultos otimistas e crentes. Para que a criança não fique traumatizada quando ocorrem desastres da natureza, morte, divórcio, algum tipo de perda (com efeitos negativos mais tarde), é importante protegê-la da seguinte maneira (dependendo da idade da criança):
- manter a calma;
- respirar fundo, fazer exercícios, yoga etc.;
- organização;
- explicar com palavras e frases curtas o que está acontecendo;
- dar a crianças dados concretos (exemplo: “hoje à tarde, você vai dormir na casa da vovó” em vez de: “temos que mudar de casa daqui a uma semana ou um mês”);
- explicar sempre qualquer mudança de plano em conjunto (ambos os pais);
- dar a oportunidade para que elas façam questionamentos. Se forem várias crianças e com idades diferentes, as mais velhas poderão dar mais detalhes mais tarde;
- falar das preocupações de adultos somente com adultos;
- fechar a porta para poder conversar à vontade e ensinar limites à criança;
- evitar grandes tensões no carro ou durante as refeições;
- expor a criança a doses menores de tudo (exemplo: num funeral, as crianças devem ficar menos tempo);
- colocar a criança para dormir entre suas atividades;
- envolver a criança nas atividades da casa: ajudar a colocar os alimentos nas prateleiras, por exemplo;
- limitar o tempo de televisão, especialmente durante as notícias;
- aproveitar as horas livres para jogar, brincar com as crianças e para ler para elas;
- buscar apoio – inclusive profissional – para a criança, se necessário;
- se acreditam em Deus, rezar juntos.
A vida não é sempre justa, nem previsível. Saber lidar com isso, sem ansiedade, vitimização ou drama, é lição importante para a criança. É bom criá-las dentro de uma bolha de amor, segurança e confiança, mostrando-lhes que elas podem contar com apoio sempre (mesmo no meio de uma confusão). É bom que elas saibam que tudo passa. Que preparar uma festa de Halloween em casa, se não pode sair nas ruas, é ter criatividade e ser flexível. Essa bolha não serve para esconder a criança da realidade, mas sim para protegê-la adequadamente das coisas não necessárias. Eu, como profissional, acho que a criança deve ir ao funeral de um familiar próximo, deve enterrar seu cãozinho ou gatinho, pois esses fatos são oportunidades para guiar a criança com amor, contribuindo para que ela cresça de maneira saudável e com autoconfiança.
Rosario Ortigao, LMHC, MAC
Conselheira de Saúde Mental
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