Celebração dos apoiadores de Joe Biden em dia histórico nas ruas dos EUA. O não ao trampismo!
O dia em que a América disse não a Trump e ao fascismo, as ruas do país ficaram tomadas por apoiantes do democrata Joe Biden, com faixas, cartazes e gritos entusiastas, celebrando a vitória do presidente eleito dos EUA. Veja a trajetória desafiadora do presidente que irá governar o país nos próximos quatro anos
Da Redação
As ruas de Nova Iorque, na Filadélfia, e em várias outras cidades ficaram completamente ocupadas por apoiantes do democrata Joe Biden, com faixas, cartazes e gritos entusiastas celebrando a vitória do presidente eleito dos EUA, e contra o comportamento contundente do presidente Donald Trump na eleição presidencial. Foi o dia que a América exaltou a democracia e disse não ao fascismo de Trump, fazendo valer os 75 milhões de votos a favor de Biden – computados até o momento.
No sábado, quando foi declarada a vitória de Joe Biden como presidente para os próximos quatro anos, o país celebrou. Ainda assim, o atual presidente norte-americano, Donald Trump, que não aceitou o resultado das eleições e acusou vários estados de terem cometido fraudes, recebeu mais de 70 milhões de votos e tornou-se o segundo candidato mais votado da história do país, apenas atrás de Joe Biden, que nesta eleição quebrou o recorde.
“As pessoas vão lembrar este dia daqui a dez, 20, 30 anos como o dia em que dissemos não a Donald Trump, não ao fascismo e que talvez marque um regresso ao que éramos antes”, declarou uma mulher americana, quando entrevistada na Times Square, em Nova Iorque, se identificando como Jemma. “Estou super orgulhosa de como Nova Iorque está junta em tudo, como um grande comício. Olhe à volta, toda a gente celebra, mas de uma forma responsável, todos têm máscaras”, complementou, também destacando a eleição da primeira mulher e primeira negra para vice-presidente nos EUA, Kamala Harris.
Desafios de Joe Biden
A garra do democrata – Depois de uma campanha inédita, marcada por uma pandemia que manteve o então candidato democrata Joe Biden afastado dos eleitores nos últimos meses para respeitar as regras sanitárias, a eleição em si também foi única. Biden virou o jogo e chegou lá, mantendo-se firme na proposta de uma América não dividida, demarcada pelo egocentrismo de Donald Trump, que tentou revogar o DACA, desrespeitou acordos climáticos, e demonstrou indiferença em meio à pandemia que tirou a vida de milhares de cidadãos nos EUA.
Biden, no seu histórico de vida, além dos desafios no âmbito político – senador e oito anos como vice-presidente na gestão do presidente Barack Obama, somando-se 47 anos de vida pública –, também não foi poupado no reduto familiar. Depois da morte da primeira mulher, Neilia, e da filha de 13 meses, Naomi, num acidente de automóvel nas vésperas do Natal de 1972, Biden viu-se viúvo e com dois filhos pequenos para criar. Beau e Hunter também ficaram feridos no acidente que vitimou a mãe e a irmã, mas acabaram por recuperar. O senador estava disposto a desistir da carreira política para tomar conta dos filhos, mas o apoio dos responsáveis do Partido Democrata acabou por convencê-lo a aceitar o cargo para que fora eleito aos 29 anos.
Nascido em Scranton, na Pensilvânia, aos dez anos, Joseph Robinette Biden, o filho mais velho de um vendedor de automóveis de ascendência católica irlandesa mudou-se com a família para o Delaware. Foi aí que se formou em Direito e Economia e exerceu advocacia. Como senador, tomou posse em janeiro de 1973, no hospital do Delaware, onde os filhos se recuperavam de um grave acidente.
Foi em Wilmington, no Delaware, que Biden anunciou a sua primeira candidatura presidencial, em junho de 1987. A mulher, Jill, estava ao seu lado. Acabou por desistir, acusado de plagiar um político britânico. A 25 de abril de 2019 foi através de um vídeo que anunciou ao mundo que ia avançar para tirar Trump da Casa Branca.
Descendente de católicos irlandeses, Biden, acompanhado pela mulher, visitou o Papa João Paulo II no Vaticano, em 1980. É apenas o segundo católico a chegar à Casa Branca. O primeiro foi John F. Kennedy, eleito em 1960 numa campanha em que a sua religião, ao contrário do que aconteceu agora, esteve no centro do debate.
Barack Obama apresentou Biden como seu candidato à vice-presidência em Springfield, no Ilinóis. Ambos discursaram frente ao Velho Capitólio Estadual, onde o presidente Abraham Lincoln serviu como congressista antes de ser eleito para a Casa Branca, em 1860. Em oito anos de parceria política, os dois haviam de desenvolver um dos mais famosos ‘bromances’ da política americana, com muitos momentos divertidos à mistura.