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A nova mulher que predomina e lidera o mercado de trabalho
O mês de março – especificamente dia oito –, a mulher é exaltada em todo o planeta. Reverenciada por ter encurtado distância ao predominante universo masculino, ocupando cargo de chefia, ministrando palestras e ditando regras. Em entrevista ao “Nossa Gente”, a Consultora Financeira, Monica Franchi Souza, da “Assureline Insurance and Financial Services”, em Orlando, fala de metas, trabalho, da nova mulher e de desafios
Edição de março/2020 – p. 18
A nova mulher que predomina e lidera o mercado de trabalho
O protagonismo feminino no mercado de trabalho ganha força, e as mulheres já é maioria, galgando espaços em diversificados segmentos do contexto social – seja no âmbito financeiro, da saúde ou político. E nada de sexo frágil ou algo assim, desmistificando o papel de subordinada, que sofreu ao longo dos anos com opressão e discriminação pela forma da sociedade compreender a sua função. E o mês de março – especificamente o dia oito –, a mulher é exaltada em todo o planeta. Reverenciada por ter encurtado distância ao predominante universo masculino, ocupando cargo de chefia, ministrando palestras e ditando regras.
Evidente que as coisas mudaram, e as mulheres também. E como bem disse o ex-presidente Barack Obama, “Se as mulheres governassem todos os países do mundo, haveria uma melhora geral no padrão de vida e nos resultados”.
Determinada e atenta à frente de sua equipe de trabalho, a Consultora Financeira e Corretora de Seguros, Monica Franchi Souza, da “Assureline Insurance and Financial Services”, em Orlando, ressalta a importância no desempenho de cada um do seu grupo, enaltecendo o “esforço coletivo”, comparado a um relógio onde todos devem andar juntos, estar em sintonia. “Temos nossos objetivos a serem cumpridos, e para crescer temos que planejar e empenhar em equipe. Eu lembro a todos que quando alcançamos metas, o valor do esforço de cada um. Mas para isso é necessário agregar conhecimentos, se informar para atingir um patamar privilegiado no campo profissional”.
“Eu leio bastante, procuro me informar sobre assuntos diversos, procuro estar sintonizada com os acontecimentos. E se você não ficar por dentro das coisas, não agrega conhecimentos, deixa de ser uma pessoa interessante, um recurso; o mundo esta em constante movimentação, assim temos que ser também. Temos que nos preocupar com os números, mas acredito que você não pode ver apenas faturamento/lucratividade. Tem o lado sentimental que ajuda ao próximo, onde seu cliente não pode ser somente um retorno financeiro. Existe um ser humano do outro lado com necessidades e sonhos similares aos seus. Temos de fazer o melhor para o semelhante por questões de ética, respeito e isso vai retornar para você. Importante, além de negócios, cultivar a amizade, fazer o seu cliente um amigo”, evidencia Monica Franchi.
“Eu, por exemplo, quando me reúno com os meus clientes, fico pelo menos duas horas conversando, avaliando, buscando a melhor solução para o seu caso. Não gosto de reuniões apressadas porque é o momento para você ver o seu cliente, sentir a sua necessidade e poder fazer por ele o melhor. O bom atendimento é essencial. E a pessoa tem a oportunidade de sentir você, de poder expressar o que realmente precisa. Procuro dar dicas importantes, e não importa se às vezes o assunto vai para outra área. Você conquistou o cliente, e ele volta porque existiu uma cumplicidade, compreende?”
“Uma das coisas importantes da vida é o equilíbrio. Acredito muito no balance, no trabalho voluntário pelo próximo. Precisamos de um mundo melhor, mais solidário. Não podemos ser egoístas porque essa atitude não combina com o mundo atual”.
“Existe certa desigualdade”
Quanto ao crescimento da mulher no mercado de trabalho, da sua importância em um universo predominantemente masculino, Monica Franchi foi enfática: “Na verdade, existe certa desigualdade. Ainda há certa desigualdade. Na minha área financeira, antes eram apenas homens que lideravam, o que já não acontece nos dias de hoje. E até mesmo na contração para o mercado de trabalho, eram poucas as mulheres. Este panorama no entanto mudou , e as mulheres cresceram na área financeira. Hoje existem mulheres que conseguem atingir a meta de dois milhões por ano em remuneração, o que é uma conquista”, reforça a empresária.
“Inclusive, conheço uma profissional de origem indiana que o marido era gerente da empresa onde ela trabalhava, e com o desenvolvimento dela ele abdicou do cargo e hoje é o seu assistente”, informa. “Outra, o marido que era o corretor de seguros faleceu. A mulher não esmoreceu, foi à luta e assumiu o posto do esposo, e obteve reconhecimento produzindo mais do que ele. Ela também conquistou seu espaço”, relata.
Lembrando as colocações do ex-presidente Barack Obama, ao exaltar e reconhecer o empoderamento da mulher, Monica exemplificou a postura determinada da ex-primeira dama dos EUA, Michelle Obama. “A Michelle sempre esteve ao lado do Obama, lado a lado, nunca atrás. E se ela entrasse para a política, com certeza as coisas seriam bem diferentes. Veja a Hillary Clinton, uma mulher forte, austera. E quando o Bill Clinton era presidente, era ela quem dava as rédeas, quem mandava. A mulher de hoje é diferente, participativa”.
A esposa, a mãe, o lar
Longe das atividades da área financeira, das reuniões decisivas e dos eventos que promove no setor financeiro e da saúde, Monica Franchi Souza é uma mulher de hábitos comuns, mãe de dois filhos – casada há 29 anos –, e dona de casa. Diz que divide tarefas domesticas com o esposo, o empresário Paulo Souza, bem ao estilo americano. “O Paulo me ajuda, então somos sócios em tudo. Aqui (em casa) um ajuda o outro. A vida americana nos ensina a ter essa cumplicidade no lar, diria, parceria. Ele vai para a cozinha, faço as minhas tarefas, lavo a roupa, enfim, o que for necessário. Procuro no domingo ficar em casa e me organizar pra semana – fazer compras, cozinhar, etc.. porque trabalho bastante durante a semana, até mesmo aos sábados algumas vezes”, ressalta.
Mas e os filhos? Quando indagada, Monica faz uma observação importante em relação a uma geração melhor resolvida, independente. “A minha filha tem vinte e quatro anos, eu cuido dela, mas percebo que ela é independente, resolve as coisas com muito mais autonomia. Essa geração é mais independente, melhor resolvida. Os filhos são independentes porque tiveram que se virar, resolver coisas, nos Estados Unidos a gente aprende isso”.
“Quando cheguei aos Estados Unidos, era publicitária, mas nesse país você tem que atuar em outras áreas, buscar novos caminhos, se reinventar. E foi o que eu fiz. O primeiro passo é arregaçar as mangas e dar o primeiro passo. As pessoas não podem ficar estáticas, e se não tiver flexibilidade, a situação complica. O mundo atual não aceita pessoas com uma só ideia. Tem que ser como Bombril, de multiuso. É assim que as coisas funcionam, é desta maneira que crescemos profissionalmente. Não podemos ficar de fora da engrenagem, tem que ganhar, se aprimorar. O grande líder pensa como lidar com a situação adversa”, orienta.
“O meu trabalho requer pesquisa, estudo sempre. O ano passado eu tirei certificado de aprimoramento na minha área de trabalho, este ano vou obter outro certificado. É o que eu tenho dito: você precisa crescer para obter gols, temos que aprimorarmos sempre”, conclui Monica.