A música em alta!

A música em alta!

Edição de maio/2019 – p. 42

Segundo relatório anual publicado pela IFPI – Federação Internacional da Indústria Fonográfica – as receitas de música no mundo referentes ao ano de 2018 foram de US$19,1 bilhões, montante 9,7% maior em relação a 2017 (US$ 17,3 bilhões). O Brasil é o país que apresentou, pelo quarto ano consecutivo, o maior crescimento, ao lado da Coreia do Norte, e agora integra o grupo dos dez maiores mercados da música no mundo.

Segundo o ‘Global Music Report 2019’ publicado pela IFPI, o aumento do streaming pago impulsionou o crescimento do mercado musical no ano de 2018. Tal crescimento se deve ao contínuo investimento das gravadoras, que continuam apostando todas as fichas no segmento de streaming pago. Dentro do top 10, alguns dos mercados que mais crescem são Coreia do Sul e Brasil. O relatório aponta ainda que artistas desses mercados em evolução também estão aproveitando as oportunidades que o streaming oferece para se tornarem conhecidos globalmente.


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Do Brasil para o mundo

O Brasil no topo do faturamento mundial de streaming pago é o resultado da retomada de investimentos em novos artistas? Ainda não. O catálogo de música produzida no Brasil nas últimas décadas é bastante amplo e diversificado, e por muito tempo boa parte desse material ficou arquivado nos porões das gravadoras, uma vez que tanto a fabricação e comercialização de vinil como de CDs se tornou pouco rentável. Como o crescimento do streaming pago vem aumentando consideravelmente, as gravadoras passaram também a disponibilizar todo o material lançado em décadas passadas e que se encontrava arquivado. Isso significa que tanto o mercado brasileiro como também os outros mercados consumidores de música via streaming pago passaram a conhecer mais da música brasileira, seja ela atual ou não.

Segundo o ‘Global Music Report de 2019’, o Brasil tem potencial para ser um incrível exportador de música. “Sem dúvida alguma sempre houve muito consumo de música no Brasil, mas devido a violação de direitos autorais, nunca foi reconhecido. Quando o consumo começou a tomar forma de streaming, os resultados foram impressionantes”, declara Jesús López, Presidente e CEO da Universal Music. Traduzindo em miúdos, a pirataria ocultou por muitos anos o quanto a música poderia ser rentável no Brasil. Com o streaming pago, esse potencial veio a tona.

Na mira dos novos artistas

Já deixou de ser novidade que a produção musical de artistas independentes vem crescendo nas últimas décadas. A grande novidade é que agora o vídeo vem sendo utilizado como principal ferramenta para divulgação de música. Dessa forma, o segmento musical que era apenas um mercado de áudio, passa agora a ser também um mercado audiovisual. Conhecidos como videoclips – sim, exatamente como foram conhecidos na MTV na década de 90! – os vídeos musicais invadiram as redes sociais e o YouTube.

Quanto ao YouTube, pesquisas apontam que são mais de seis bilhões de horas de vídeo transmitidas mensalmente para mais de um bilhão de usuários únicos sedentos por vídeos musicais. A grande vantagem oferecida aos vídeos hospedados no YouTube é quanto a possibilidade de monetização, ou seja, ao permitir que o YouTube insira anúncios no vídeo publicado o proprietário do vídeo recebe percentual do valor cobrado pelo anúncio.

A indústria fonográfica aposta que uma das saídas para a crise fonográfica venha a ser a utilização do videoclip, bem como um maior investimento no streaming pago.

A Música no Rio 2C

O Rio Creative Conference (Rio 2C), que aconteceu entre os dias 23 a 28 de abril de 2018, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, também abordou a situação da música no Brasil. Pensando nisso, foi criado o ‘Pitching Show’, que teve por objetivo criar showcases com artistas solo ou bandas, para uma plateia de profissionais que ocupam cargos estratégicos no mercado musical, “uma vez que não há no Brasil um lugar onde o artista possa fazer um pocket show em ótimas condições de som e palco para os profissionais do setor que precisam saber que ele existe”, declarou Zé Ricardo, curador de música do Rio2C.

As plataformas comemoram

As plataformas digitais Spotify, Apple Music e Deezer estão diretamente ligadas ao crescimento de streaming pago no mundo. Segundo estatísticas, essas plataformas terminaram o ano de 2018 com 255 milhões de usuários pagantes, o que significa 37% da receita da indústria da música. Somente o Spotify conquistou nos primeiros meses de 2019 a marca de 100 milhões de assinantes, o que significa um crescimento de receita de 33%, chegando a 1,5 bilhão de euros, cerca de R$ 6,68 bilhões.

Segundo a empresa, o crescimento se deve ao plano familiar promovido nos Estados Unidos e Canadá. Ainda segundo o Spotify, a mesma campanha vem sendo trabalhada nos Reino Unido e a França.

Serviço

www.ifpi.org

www.spotify.com



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