A ansiedade pode não ser patológica?

A ansiedade pode não ser patológica?

Considerado por muitos como o mal do século, a Ansiedade pode ser definida por muitos outros termos no dicionário, mas na prática, só quem sente de verdade esse mal pode traduzir o quão ruim é

Edição de julho/2017 – pág. 36

Suar, tremer, gaguejar… enfim, todos os sentimentos mais ruins do ser humano ficam a flor da pele quando ele está sofrendo com a ansiedade. Entretanto, muitas pessoas acabam confundindo os sintomas da depressão, uma coisa totalmente distinta, com o assunto que estou tratando neste texto.

A ansiedade é um sentimento tão peculiarmente incômodo e difícil de definir. Como todo mundo sente uma ansiedade normal em algum momento da vida, todas as pessoas sabem o que é, por experiência própria.


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A maneira um pouco mais objetiva de caracterizá-la é dizer em que condições aparece, ou se exacerba, e como se manifesta. Muitas vezes ela emerge ou se intensifica quando se está passando por alguma pressão ou se está muito apreensivo de que alguma coisa ruim possa acontecer. As manifestações vem por suores, tremores, gagueiras, medos, expectativas catastróficas e demais sentimentos ruins do ser humano.

Muitas pessoas confundem a ansiedade com a depressão, embora sejam coisas totalmente distintas. O sentimento da ansiedade é uma resposta normal a certas situações vivenciais que todas as pessoas atravessam. No entanto, alguns indivíduos têm um limiar de resposta excepcionalmente baixo e sofrem de uma ansiedade crônica e permanente que independe de eventuais estímulos.

Quais são as causas da ansiedade?

Existe uma ansiedade normal, que prepara as pessoas para reagir às ameaças da vida, e uma ansiedade crônica que surge ou se exacerba mesmo na ausência de quaisquer perigos. Os pesquisadores ainda não sabem exatamente o que leva a esses transtornos de ansiedade. Eles parecem não ser causados por um único fator, mas por uma combinação de vários deles, incluindo traços de personalidade, predisposição genética, experiências difíceis de vida e de saúde física e mental.

Pesquisas sugerem que as pessoas mais propensas a ter ansiedade são perfeccionistas, tímidas, inibidas, com pouca auto-estima ou que desejam controlar tudo. A ansiedade em geral se desenvolve ou se acentua em vista de eventos estressantes. A doença física crônica parece também contribuir para ela.

A ansiedade pode existir isoladamente ou ser acompanhada de múltiplas outras condições mentais alteradas. A depressão, por exemplo, quase sempre ocorre junto com a ansiedade.

Quais são as principais características clínicas da ansiedade?

A ansiedade é cada vez mais comum, a ponto de alguns a chamarem de “o mal do século”. Os principais sintomas psíquicos ou físicos são:

  • Medos irracionais, como, por exemplo, de animais, de voar, de doenças ou de estar em meio a uma multidão;
  • Conscienciosidade excessiva, que faz com que a pessoa se sinta incompetente para realizar coisas simples, acabando por desistir delas, ficando com tremores, com a face avermelhada e quente, suado, etc;
  • Lembranças ruins insistentes que se firmam na cabeça;
  • Preocupações negativas excessivas;
  • Perfeccionismo, que é um desejo irracional de que tudo saia conforme tenha sido planejado ou ainda melhor;
  • Perturbações do sono;
  • Hábito de roer as unhas;
  • Tensões musculares;
  • Dores na barriga, no peito ou na cabeça;
  • Problemas para dormir ou para pegar no sono no início da noite;
  • Mãos ou pés frios;
  • Falta de ar;
  • Palpitações cardíacas;
  • Boca seca;
  • Náuseas;
  • Tonteiras.

Esses são apenas alguns dos sinais e sintomas mais comuns. Dezenas de outros podem ser citados, como pânico, vergonha de falar em público, compulsividade e ainda muitos outros.

A ansiedade pode levar algumas pessoas ao uso de álcool ou de outras drogas que, em contrapartida, podem agravar este sentimento, criando um círculo vicioso que leva à dependência química. Alguns sintomas, principalmente nas crises agudas, simulam quadros clínicos orgânicos que podem tornar difícil o diagnóstico diferencial.

Como tratar a ansiedade?

O tratamento mais adequado são sessões de psicoterapia com especialistas na área. Isso, no entanto, toma tempo, é dispendioso e provavelmente acabará sendo indicado um medicamento para abreviar o controle da ansiedade. Atualmente, existem diversos medicamentos para mitigá-la. Entretanto, todos eles oferecem riscos para a saúdequando não são tomados de forma correta e por isso só devem ser usados por orientação médica e pelo menor tempo possível.

Os ansiolíticos, conhecidos popularmente como tranquilizantes, são a melhor solução química para quem quer acalmar rapidamente a ansiedade. Os efeitos colateraisvariam muito: desde sonolência até fraqueza emocional e física, quando usados por longo prazo. Os ansiolíticos também causam dependência se usados continuamente, por conta dos seus efeitos relaxantes.

Os antipsicóticos somente devem ser usados quando o nível de ansiedade é muito extremo e a pessoa está tendo problemas bem mais graves.

Num outro extremo do espectro, existem também algumas maneiras naturais de controlar a ansiedade leve: suco de maracujá, alface, chá de camomila, raiz de valeriana, chá de kava-kava, exercícios como pilates, natação, ioga, corridas, caminhadas, etc.

Quais são as doenças causadas ou agravadas pela ansiedade?

A ansiedade provoca várias alterações físicas e psíquicas no organismo e atua normalmente como um meio de preparar o indivíduo para enfrentar as ameaças do dia-a-dia. No entanto, se estas alterações acontecem constantemente ou sem motivação aparente, como nos casos de ansiedade crônica, podem provocar problemas sérios de saúde, como insônia, transtornos alimentares, depressão, problemas cardiovasculares e síndrome do intestino irritável.

Portanto, sentir ansiedade é normal, mas quando ela passa a ser persistente e fora de seu controle, é bom marcar uma consulta médica.

Fonte http://www.abc.med. e News.med



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