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20 anos de América: muito para se comemorar
Edição de agosto/2016 – pág. 32
Neste mês, estamos comemorando 20 anos que nos mudamos para os Estados Unidos. Tenho muito a festejar nesta data, pois minha família e eu temos a certeza de ter tomado a decisão mais certa em relação ao futuro das nossas próximas gerações. Não foi nada fácil deixar a pátria onde nascemos para nos estabelecer em um país com língua e costumes diferentes. Uma mudança destas requer muita vontade e determinação.
Pensando em ajudar os que já moram aqui e aqueles que estão vindo, apresento alguns tópicos que mostram nossos erros e acertos em relação a esta nova etapa em nossas vidas.
ERROS
1 – Comprar casa assim que chegamos
O maior erro foi escolher um bairro e procurar uma casa para comprar nele. Mesmo morando há 20 anos na mesma área, seria mais inteligente alugar uma casa nesse bairro e somente após ter a certeza da escolha referente ao tipo, tamanho e condição financeira, comprar.
2 – Fazer dívidas sem ter receita nos Estados Unidos
Mais uma vez a falta de visão de longo prazo e o impulso de “abrir crédito” levaram-nos a comprar carros e negócios em dólares, no entanto o que tínhamos como receita eram reais. Mesmo esse valor sendo 5 vezes maior do que as nossas despesas, as dívidas eram em moeda diferente (dólares).
3 – Comportar-se à moda brasileira para administrar os negócios
Olhando para trás, conseguimos entender o porquê das coisas darem erradas nos negócios que compramos. Talvez eles não eram ruins, mas sim o modelo de administração copiada do Brasil. E, em vez de buscar vendas e novos negócios para entrar na economia americana, focava-se em proteger o negócio em si.
4 – Tentar manter negócios abertos no Brasil morando nos Estados Unidos
Era muito complicado passar duas semanas no Brasil e duas nos Estados Unidos. Bastava deixar os negócios em ordem, vir para os Estados Unidos e os problemas começarem no Brasil. Aos poucos, fomos entendendo que os funcionários e empresários brasileiros viam essa mudança para o exterior como algo errado, aproveitando-se das circunstâncias para desestabilizar as empresas que estavam no Brasil.
5 – Deixar imóveis sem vender no Brasil
Mais um erro grosseiro de quem resolve mudar-se de país: deixar imóveis alugados (com renda), mas não acompanhar as mudanças de mercado, bem como entregar a administração nas mãos de terceiros. Muitos, sabendo que essa mudança de país é permanente, aproveitam-se para se apropriar desses imóveis. Até mesmo uma falsa troca de acionistas de uma das empresas da qual éramos donos “tomou-nos” um imóvel de R$ 5 milhões.
ACERTOS
1 – Ter preparado toda a documentação correta para obter os vistos
Não acredito que haja a necessidade de justificar este item. Mudamo-nos e nos estabelecemos nos Estados Unidos orientados por advogados e com os documentos de imigração em mãos, tendo a certeza de que tudo estava de acordo com as leis.
2 – Ter conhecido um grupo de amigos brasileiros
Foi imprescindível manter o ambiente social com pessoas da nossa cultura e da nossa língua. Mantivemos, durante anos, os churrascos aos domingos e, até hoje, a turma do tênis, com a finalidade de suportar as ausências dos amigos e parentes que deixamos em nosso país. Ter uma igreja de nossa religião também nos ajudou a manter nossa cultura espiritual.
3 – “Queimar os navios”
Apesar de ter deixado negócios e imóveis no Brasil, tomamos a decisão de desocupar completamente nossa casa e vender móveis e coisas pessoais para não ter como voltar. Já havíamos encontrado pessoas que desistiam nos primeiros meses, porque mantinham suas casas montadas no Brasil. Por isso, decidimos que compraríamos tudo novo nos Estados Unidos.
4 – Voltar a estudar
Além do curso de inglês intensivo, voltamos aos bancos escolares… eu, no MBA; e minha esposa, na área legal. Também foi determinante escolher uma “licença” que nos levou para mais aulas e mais aprendizado. Abrimos, assim, nossas mentes para o funcionamento de tudo na América e descobrimos como as licenças são importantes neste país.
5 – Persistir
Desistir nunca. Os obstáculos foram aparecendo e nós fomos vencendo-os. Muitas tentativas de intimidação – por causa da língua e da nossa cultura – acabaram dando-nos mais força para prosseguir. Na crise de 2008 e 2009, levamos vantagem por já termos passado por algumas crises no Brasil.
6 – Não focar somente o mercado brasileiro
Ainda hoje vejo gente que, depois de muito tempo morando aqui, só olha para o “Brazilian Market”. A decisão mais importante foi obter contatos com agentes e bancos locais e ganhar o respeito e confiança deles, superando a barreira da língua.
7 – Saber dizer não para as coisas erradas
Após poucos anos depois de nossa mudança, passamos a sempre pagar os impostos e cumprir nossas obrigações nos Estados Unidos . Apesar das várias oportunidades de fazer negócios para ganhar dinheiro fácil, mantivemos foco para sermos completamente corretos e procurar o caminho legal para tudo o que fizermos.
8 – Viajar muito no país
Para melhor entender o lugar onde vivemos, é importante viajar muito. Não importa se de carro ou avião. Conhecer novos lugares, comidas e costumes foi formando uma visão mais realista do país que tínhamos escolhido. No entanto, é necessário fugir de lugares turísticos, pois eles distorcem a cultura de uma sociedade.
9 – Participar da vida da comunidade
Aprendemos a importância de votar e escolher candidatos. Não nos omitimos das nossas obrigações como cidadãos na nova terra. Fomos às cortes diversas vezes para ajudar amigos que não falavam inglês e para traduzi-los na frente do juiz. Até um divórcio fizemos para uma pessoa que não falava inglês e não poderia pagar por este serviço.
Arrependimento? Nenhum, somente o de não ter vindo antes – mais jovem e quando tinha mais dinheiro. Nosso balanço final é 90% positivo. Acredito que nossa permanência nas terras do Tio Sam será para sempre.