Voracidade máxima
Lutador de MMA Ronaldo “Jacaré” Souza - Foto: divulgação UFC

Voracidade máxima

Cinturão dos pesos-médios do MMA é o objetivo do capixaba Ronaldo “Jacaré” Souza, que lutará no dia 15 de abril nos Estados Unidos

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

humberto@esportedefato.com.br

O capixaba Ronaldo de Souza dos Santos começou nas artes marciais há 20 anos, quando foi treinar judô e jiu-jitsu na Associação Sensei de Lutas Esportivas, em Manaus. Lá, tornou-se faixa preta nas duas lutas e ganhou o apelido de Jacaré. Foi duas vezes campeão mundial absoluto de jiu-jitsu, em 2004 e 2005, quando já havia iniciado sua carreira como lutador de artes marciais mistas (MMA), no evento Jungle Fight, em 2003. Agora, aos 37 anos, soma 24 vitórias e quatro derrotas na carreira – desde que entrou no UFC, em 2013, teve sete vitórias em suas oito lutas. É o terceiro no ranking dos pesos médios (de 77,5 kg até 84 kg) e aguarda a oportunidade de encontrar num octógono o inglês Michael Bisping, atual detentor do cinturão dos médios do MMA. “Ele está fugindo de me enfrentar. Não quer lutar comigo porque sabe que perderá o cinturão. Para ser campeão, eu espero lutar com o fujão. Vamos ver se ele vai continuar fugindo. Ele quer lutar com todo mundo, menos com um top, muito menos comigo”, alfineta Jacaré, que no sábado, dia 15 de abril, encara o australiano Robert Whittaker, o sexto do ranking mundial, em Kansas City, nos Estados Unidos. Sem perder o foco em Michael Bisping e seu reluzente cinturão.


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Jacaré vem embalado por resultados convincentes. Após perder a vaga de desafiante número um ao cinturão dos médios – no final de 2015, foi derrotado em uma decisão dividida por pontos pelo cubano Yoel Romero –, obteve duas vitórias expressivas e incontestáveis: uma sobre o brasileiro Victor Belford por nocaute técnico, em maio do ano passado, e outra sobre o norte-americano Tim Boetsch por finalização, em fevereiro desse ano. Apesar de frequentar o badalado universo do UFC – nas lutas, costuma entrar no octógono rastejando como um jacaré –, o lutador capixaba é um sujeito de hábitos simples, muito ligado à família. “Moro no Rio de Janeiro e sou pai de três meninos, Enzo, Ryan e Noah. Eles têm sete, cinco e um ano e são os meus troféus. Adoro ficar com eles, cuidando de tudo que eles fazem junto com minha esposa, Larissa. Não deixo eles assistirem às minhas lutas, ainda são bem pequenos. No futuro, quando eu parar de lutar, tenho planos de abrir uma academia de jiu-jitsu e dar aulas para crianças”, avisa Jacaré, que é patrocinado pela Reebok e pela Refinaria de Manguinhos.

Esporte de Fato – Como você começou no MMA?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Comecei quando a modalidade ainda se chamava vale-tudo, em 2003. Eu já competia jiu-jitsu, mas ainda não era campeão mundial. No MMA, fui campeão peso-médio do Strikeforce, evento que foi comprado pelo UFC e seus principais lutadores passaram a competir no octógono. Isso foi em 2013 e, desde então, tenho evoluído bastante, especialmente na luta em pé. Mas ainda considero o jiu-jitsu como minha melhor arma.

Esporte de Fato – O que você considera o grande atrativo do MMA?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Acho que os resultados inesperados são o principal chamariz para o público. Tudo pode acontecer dentro de um octógono. Um favorito pode perder em poucos segundos ou vencer apertado, por pontos.

Esporte de Fato – Como surgiu o apelido Jacaré?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Era o símbolo da academia na qual eu treinava, em Manaus. Como eu vivia na academia, o pessoal começou a falar que eu era o jacaré de lá. E com o tempo, meus companheiros de treino falaram que minha pegada no jiu-jitsu era muito parecida com a mordida de um jacaré. E aí o apelido pegou de vez.

Esporte de Fato – Como é a sua rotina de treinos?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Treino de segunda a sábado, sempre em dois períodos. Tenho diferentes tipos de treinamento: sparring (simulação de luta), treinos de jiu-jitsu, wrestling, muay thai e boxe, além da preparação física. É uma rotina bastante puxada. Treino e represento a equipe X-Gym, e meus principais treinadores são Josuel Distak e Rogério Camões. Eles são incríveis. Devo muito do que sou hoje a eles.

Esporte de Fato – Quais foram as suas lutas mais marcantes?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Toda luta é importante para mim. Mas ganhar do Vitor Belfort, que é uma lenda viva do nosso esporte, e da maneira como aconteceu, foi especial. Foi em maio do ano passado e consegui um nocaute técnico aos 4m38s do primeiro round.

Esporte de Fato – Quais são suas expectativas para 2017?

Ronaldo “Jacaré” Souza – Estou muito empolgado, já venci uma luta em fevereiro e tenho outro compromisso nesse sábado, dia 15 de abril, quando enfrentarei o australiano Robert Whittaker em Kansas, nos Estados Unidos, pelo UFC on Fox 24. É um grande desafio para mim. Quero ganhar o máximo de lutas possíveis neste ano. E aguardo a minha oportunidade de enfrentar o Michael Bisping e tomar dele o cinturão dos médios.

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