“Visto de habilidades extraordinárias” atrai brasileiro para mercado nos EUA

“Visto de habilidades extraordinárias” atrai brasileiro para mercado nos EUA

A procura de brasileiros por “Visto de habilidades extraordinárias” nos EUA cresce consideravelmente, mesmo com alto índice de exigências

Edição de março/2018 – pág. 08

“Visto de habilidades extraordinárias” atrai brasileiro para mercado nos EUA

O novo projeto de lei de imigração em debate no Congresso nos EUA está focado no mérito profissional, de acordo com as pretensões do Presidente Donald Trump. Portanto, o novo modelo imigratório vai avaliar o mérito profissional do imigrante, o que irá legalizá-lo através dos chamados “vistos de habilidades extraordinárias”. São tempos de mudanças e o país se atenta à necessidade de mão de obra especializada. A procura por essa categoria cresceu 4% no ano passado em relação ao percentual de 2016.

Nas definições divulgadas pelo Serviço de Imigração dos EUA, para obter o visto de habilidades extraordinárias, o aplicante deve demonstrar habilidades extraordinárias em Ciências, Artes, Educação, Negócios ou Esportes por meio de sustentada aclamação nacional ou internacional. As regras citam ainda evidências como prêmios Pulitzer, Nobel, Oscar ou medalhas olímpicas.


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Isso, no entanto, tem atraído profissionais brasileiros altamente gabaritados que veem os EUA como a grande chance para a internacionalização de suas respectivas carreiras. Advogados e especialistas em imigração estão sendo procurados para as devidas orientações.

O empresário Marcelo Miranda, que atua no setor de automação industrial há cerca de 40 anos, e que tem empresa estabelecida no Brasil, decidiu mudar-se para os EUA e montar sua companhia. Ele vai utilizar suas habilidades no ramo para crescer no país. Miranda reside no ABC paulista, em São Bernardo do Campo – importante polo industrial do Estado.

“Acabei descobrindo que a maneira mais eficaz para um intercâmbio tecnológico entre os dois mercados na automação seria por meio da imigração, desenvolvendo um projeto dentro dos Estados Unidos”, relata. Ainda residindo no Brasil, Miranda aplicou no pedido de residência permanente nos EUA.

Já o Consultor de Imagem e Carreira, Rodrigo Lins, atuando entre o Brasil e os EUA, conta que tem observado mais brasileiros buscando oportunidades de imigração, sobretudo, profissionais ligados às áreas de gestão, engenharia, negócios e comunicação.

“Os profissionais brasileiros que optam por migrar para os Estados Unidos, ancorados neste visto de habilidades extraordinárias, aproveitando seu percurso profissional, notoriedade intelectual e imagem”, enfatizou Lins, que mora na Flórida e tem uma empresa de consultoria e comunicação.

Além da contratação de advogados, os candidatos a obter um Green Card (visto de residência permanente) por este meio procuram ajuda profissional para reunir a documentação necessária para a aplicação. “Nem todo mundo se preocupa em guardar material ou se manter em evidência dentro de sua área de atuação. Mas isso é essencial para um profissional que quer expandir sua carreira para fora do Brasil, seja nos Estados Unidos ou em outros lugares”, diz o analista.

Critérios e exigências

Para adquirir os vistos de residência por habilidades e talentos extraordinários há uma série de critérios e exigências do profissional, dentro de suas respectivas áreas de atuação. Para isso, os candidatos devem apresentar provas e evidências de habilidades extraordinárias em, pelo menos, três dos dez critérios definidos pelo Departamento de Imigração americano.

O processo de aplicação requer o pagamento de taxas imigratórias, honorários de advogados e de outros profissionais. Aspirantes ao Green Card acabam tendo gastos também com um grande volume de traduções e, muitas vezes, têm de investir em gestão da carreira, imagem e comunicação digital. Os custos podem variar entre US$ 11 e 25 mil, somando todos os gastos.

Mesmo que o governo Trump tenha anunciado que o plano de imigração a ser aprovado no Congresso deverá dar prioridade aos profissionais altamente qualificados e com habilidades extraordinárias, não quer dizer que a entrada desses profissionais seja fácil ou garantida.

Segundo a advogada brasileira Luciane Tavares, que atua em Orlando, embora Donald Trump tenha sinalizado o interesse em favorecer o mérito profissional, o nível de exigência da administração atual aumentou significativamente com relação ao que era exigido na gestão Barack Obama.

Os processos costumam ser extensos – com 45 páginas em média. Além da carta argumentativa, todas as evidências em geral precisam ser documentadas e traduzidas. O volume final pode ter mais de 300 páginas.

Mesmo assim, Luciane Tavares observa um crescimento na procura desse tipo de vistos. “Não posso dizer por todos os escritórios, mas aqui aplicamos no mínimo seis vistos desta categoria por mês”, conta.

Brasileiros notórios

Há casos de artistas, celebridades, professores, acadêmicos e executivos de grandes companhias multinacionais com carreira no Brasil, que estão buscando a residência em território norte-americano. E além da procura por vistos de migração por habilidades profissionais, a advogada observa um movimento crescente também para a categoria de investidores entre o público brasileiro.



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