Valadares recebe R$ 76,4 mi em remessas dos EUA

Valadares recebe R$ 76,4 mi em remessas dos EUA

Construção civil é o melhor termômetro do renascimento do sonho americano

Foto: João Godinho/O Tempo
Foto: João Godinho/O Tempo

Nem a prefeitura, nem o Ministério das Relações Exteriores, nem qualquer outro órgão oficial conseguem afirmar quantos valadarenses moram nos Estados Unidos.

Entretanto, com base nas estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) de quem não votou nas últimas eleições, é possível estimar que cerca de 48 mil estejam morando no exterior, 24% do eleitorado. E, baseado no balanço das remessas feito pela Western Union, empresa norte-americana de transferência de dinheiro, 84% estão nos Estados Unidos. Ou seja, aproximadamente 40 mil valadarenses moram lá.

Em média, cada um manda US$ 477,50 por ano para a terra natal, o que, com o dólar a R$ 4, daria R$ 1.910 por emigrante e R$ 76,4 milhões considerando todos os 40 mil. O montante equivale a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do município, de R$ 3,77 bilhões. Como quanto mais o dólar sobe, mais valadarenses são seduzidos pelo sonho americano, crescem as expectativas de chegarem mais remessas e movimentar mais a economia da cidade. “Com a crise econômica do país e a queda na oferta de emprego, se essas remessas realmente voltarem a crescer, será um ótimo diferencial para Governador Valadares. Entretanto, temos que lembrar que o impacto ainda vai demorar um pouco, até as pessoas irem e realmente começarem a enviar o dinheiro, movimentar o comércio e aumentar a arrecadação”, avalia o secretário de Desenvolvimento Econômico de Governador Valadares, Edmilson Soares.


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Segundo ele, como o sonho da maioria dos emigrantes é comprar uma casa ou ajudar a família a adquirir um imóvel, a construção civil será o grande termômetro. “Podemos dizer que 99% dos que vão para os Estados Unidos querem investir em imóveis. Prova disso é a quantidade de novos bairros que surgiram em Valadares nos últimos seis anos. Desde 2009, foram 21 loteamentos aprovados”, afirma.

O construtor Rinas Machado está torcendo para que o dólar continue alto e que os valadarenses voltem a investir pesado nos imóveis. Com os cortes do governo federal nas obras do Minha Casa, Minha Vida e também em outras obras públicas, o construtor aguarda o aquecimento do mercado doméstico. “Eu quero voltar a construir imóveis para venda, mas terei cautela. Acredito e torço para que as pessoas voltem a comprar imóveis, mas vou esperar para ver se as remessas dos Estados Unidos vão mesmo aumentar. Acredito que dentro de seis meses já será possível saber se vai valer a pena”, estima o empresário, que viveu a crise norte-americana na pele. Ele trabalhava com financiamentos imobiliários nos Estados Unidos quando a bolha estourou, em 2008, e acabou voltando para Governador Valadares, depois de 30 anos.

Destinos

Com a dificuldade de entrar nos Estados Unidos legalmente ou não (via Bahamas, México e República Dominicana), cresce o interesse por Portugal, Itália, Canadá e França.

Dólar mais alto eleva potencial de remessa

Com o dólar alto atraindo mais valadarenses para os Estados Unidos, a chance de as remessas vindas de lá aumentarem é alta. “A cidade tem deficiência de emprego e de industrialização. Com a crise, a situação piorou muito, e, com a valorização cambial, todo mundo quer ir, e quem já foi fica querendo voltar”, afirma o presidente da Associação dos Parentes e Amigos dos Emigrantes (Aspaemig), Paulo Costa.

Parte dessa remessa já começou a chegar a Governador Valadares. Eduardo Silva Soares, 36, já morou em Everett, em Massachusetts, veio embora em 2009 por causa da crise norte-americana, mas sonha em voltar. Segundo ele, quem está lá não quer vir, e, com a valorização cambial, já dá para mandar mais dinheiro. “Minha mãe mora lá há 20 anos. Ela pagou o INSS aqui e já está aposentada no Brasil. Mas ela não quer voltar e, com o dólar mais alto, está mandando mais dinheiro. Ela investe na criação de gado em Rondônia”.

Fonte: otempo.com.br



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