Professor americano revela respeito pela arte do Brasil

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NOV/14 – pág. 40

Ele é professor do Valencia College, em Orlando, e admirador confesso da cultura brasileira. Anualmente realizada a Mostra de Filmes Brasileiros na universidade, divulgando trabalhos de nossos diretores, atores e compositores. Richard L. Sansone é Gente que Faz!

Richard01Na sala de aula ele é extremamente atencioso com os alunos – de vários países – flexionando as sílabas com precisão, emitindo a pronúncia em inglês de forma audível e pausada. Locomove-se de um lado ao outro, tirando dúvidas e incentivando no aprendizado. No Valencia College, em Orlando, o professor de inglês e português, Richard L. Sansone é um profissional conceituado e muito querido pelos acadêmicos, pela conduta exemplar e um jeito para lá de especial de ministrar as suas aulas. Ele é americano, natural de New Haven, cidade localizada no estado do Connecticut, mas exalta a sua paixão pelo Brasil. E quando fala do país da Música Popular Brasileira, revela a sua admiração pelo compositor Paulinho da Viola, que conheceu no Rio de Janeiro, quando visitou o camarim do sambista. Morou em São Paulo e Fortaleza, e promove anualmente, no Valencia College, a Mostra do Cinema Brasileiro, exibindo filmes de destaque nacional. O professor Richard Sansone é Gente que Faz!


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Quando a equipe do Jornal “Nossa Gente” chegou ao Valencia College, foi convidada a entrar na sala de aula e acompanhar parte do aprendizado do professor Richard Sansone. Meia hora depois, ele estava pronto para a entrevista. Simpático e falando o português corretamente – quase sem sotaque – ele lembrou que os alunos em sala de aula – cerca de 20 jovens – estavam sendo preparados para ingressarem em cursos superiores, com um inglês avançado. “São americanos, a maioria filhos de imigrantes, que têm aulas de reforço para melhor aproveitamento na universidade. Aqui o aluno aprende a falar e entender a gramática, facilitando na leitura e redação. Após o curso ele estará apto para o futuro competitivo”, diz Sansone.

O português preciso e a paixão pelo Brasil são demonstrados nos primeiros minutos de conversa com Richard. E tudo começou, lembra, quando resolveu estudar o espanhol, incentivado pelo professor Frank Sedwick, um homem enérgico e que intimidava a sala de aula com sua postura austera. “Eu tinha 18 anos na ocasião, e não sabia exatamente o que eu queria fazer, mas estudava pré-medicina, no Rollins College. Eu não me identificava com o curso. Não era exatamente a carreira que eu desejava seguir”, conta. ‘“O professor Frank mudou o meu destino. Ele disse que eu deveria estudar o espanhol e que deveria me mudar para a Colômbia. E foi o que eu fiz, seguindo a sua orientação. Estudei espanhol na Universidade de Los Andes, em Bogotá. Devo isso a ele. Às vezes temos que passar pelo inferno para chegar ao nosso objetivo”, fala com carinho.

“O aprendizado de línguas é a porta de acesso ao mundo. E quando estudei o espanhol e o português, abriram-se horizontes”, enfatiza Sansone. “A educação é o único bem que nós queremos mais do que nós pagamos. Tenho mestrado latino americano na língua espanhola e portuguesa. Eu morei na Espanha, em Madrid, e trabalhei na The School for International, ocupando o cargo de diretor de Cursos Acadêmicos de Intercâmbio Universitário. Domino cinco idiomas – português, italiano, espanhol, inglês e francês – e fiz o mestrado no ensino de inglês como segunda língua”, complementa com entusiasmo. “No Brasil”, lembra, “morei em São Paulo e em Fortaleza por um período de um ano, aproximadamente”.

E quando esteve no Brasil o professor Sansone levou vários grupos universitários para pesquisas, alunos selecionados para realizar um intercâmbio cultural no país. “Eram jovens representantes de diversas universidades dos Estados Unidos que se inscreveram para participar do intercâmbio cultural no Brasil. Eles foram estudar os costumes e a cultura brasileira, em períodos que duravam um semestre”, diz.

E o interesse pelo português, relata o professor Richard, se fortaleceu durante o curso de Literatura na Universidade do Arizona, oportunidade em que conheceu obras de Machado de Assis, Clarice Lispector, no livro “A Hora da Estrela” e do educador Paulo Freire.

Convívio com brasileiros

Richard02O convívio com os imigrantes, principalmente os brasileiros, ocorre em sala de aula, pois os alunos são americanos, filhos de espanhóis, de brasileiros e de outras nacionalidades. “Tenho grandes amigos na Comunidade brasileira. É uma forma de unir o útil ao agradável. O útil são os Estados Unidos e o agradável é o Brasil. E passear no Brasil é ótimo, o difícil é trabalhar no país porque algumas coisas são mais dificultosas. Aqui, nos Estados Unidos, existem oportunidades, mas somos escravos da produtividade. Outra coisa que eu gosto no Brasil é da comida mineira, é ótima”, sorri

Responsável pela Mostra de Cinema Brasileiro, que acontece anualmente no Valencia College, Richard Sansone relatou que os filmes têm importância vital no evento, que acontece há oito anos. Quanto a escolha das produções a serem exibidas, explicou o professor que são selecionados 40 filmes, dentre os quais cinco filmes são escalados para a Mostra. “Central do Brasil”, de Walter Salles – Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo seu desempenho no longa – e “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, foram muito bem aceitos.Recentemente, houve a exibição do filme, “Gonzaga – De Pai para Filho”, de Breno Silveira, com a presença do ator e músico Chambinho do Acordeon, que interpretou Gonzagão, o rei do Baião. O acordeonista conversou com a platéia, em noite especial, ocasião em que também tocou o cantou.

“Eu tenho me desdobrado para realizar a Mostra, mas faço com prazer. O resultado é muito bom porque o público se identifica com os filmes. É uma forma de mostrar a cultura brasileira, seus artistas e temáticas”, diz. “O cinema, a gastronomia e o povo brasileiro são especiais. Os brasileiros fazem a diferença aqui no Valencia College. Tenho um carinho especial pelo país. E quando ouço, por exemplo, aquela música do Paulinho da Viola, Foi um Rio Que passou na Minha Vida, fico emocionado. É uma letra linda, poética. Eu me identifico muito com esta música”, finaliza Richard.

WaltherAlvarenga

Walther Alvarenga



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