Pegue o cliente pelo ouvido

Pegue o cliente pelo ouvido

Empresas oferecem serviços de sound branding e desenvolvem uma marca sonora para aumentar as vendas e conquistar mais consumidores

Por Júlia Pitthan
Pense no momento em que você desliza as rodas do carrinho pelo supermercado. Uma música conhecida e amigável toca no ambiente. Isso o deixa feliz e, sem perceber, você fica mais tempo olhando os produtos nas prateleiras e acaba gastando mais dinheiro do que o programado.

Saiba que a música bem pensada pode ser uma arma eficaz para aumentar as vendas e reforçar a marca do seu negócio. Uma pesquisa realizada pela agência Heartbeats International apurou que clientes expostos à sonorização ficam até 42% mais tempo no estabelecimento – por outro lado, 44% afirmam que a música errada os faz sair do local.

O DJ Carlos Costa, 28 anos, e o administrador de empresas Lucas Moreira, 25 anos, apostaram na força do som para impulsionar as vendas de outras empresas quando criaram a Audiolab. O negócio, com sede em Florianópolis, iniciou a operação em fevereiro deste ano.

“A gente entende o que a marca quer dizer e traduz isso em uma seleção de músicas que pode ser distribuída em diferentes canais, como as redes sociais, e o próprio ponto de venda”, diz Moreira. Nos seis clientes atendidos pela Audiolab, o trabalho sonoro já representou um aumento de 12% no tíquete médio e uma permanência média de 30% a mais dos clientes na loja, segundo a empresa.


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O professor de educação física Vinicius Lorusso, 47 anos, atua desde 2008 como diretor da DMC Media Manager. Na adolescência, o paulistano tinha sido DJ e levou para as academias em que trabalhou o gosto por fazer seleção musical.

Com a parceria de outros dois sócios investidores, ele decidiu deixar a sala de aula para montar a empresa que se dedica a selecionar e estruturar trilhas sonoras para outros negócios – academias, restaurantes e lojas de moda são os principais clientes de Lorusso. “Estamos em todos os estados do Brasil. No início deste ano, fechamos contrato em Sergipe, o único lugar em que ainda não atuávamos”, diz.

 

Tendências e desafios no mercado 

Segundo Moreira, da Audiolab, há uma tendência de utilizar diferentes seleções musicais de acordo com a área de produtos na mesma loja. “A compra não é feita mais por setor, mas por experiência. Isso vale também para a música”, diz. De acordo com essa lógica, a trilha na área de vinhos de um supermercado, por exemplo, não precisa ser a mesma do setor de eletrodomésticos.
O volume da música é uma questão fundamental para o sucesso da programação musical. Segundo Lorusso, da DMC Media Manager, a qualidade do equipamento no ponto de venda é um dos principais responsáveis por essa distorção. “Muitas vezes, o equipamento é ruim, e o lojista aumenta o volume para compensar isso”, diz.

Lojas que trabalham com produtos mais complexos, de valor alto, e que exigem uma atuação maior do vendedor pedem uma música mais confortável, em um volume que permita que a conversa flua tranquilamente. “O som não pode gerar desconforto”, diz Moreira, da Audiolab.

Uma das grandes dificuldades no setor é conseguir montar uma programação que agrade em locais que reúnem públicos de diferentes classes sociais. Como é difícil agradar a todos os tipos de público, a aposta de Lorusso é fugir dos regionalismos e optar pelo pop. “A solução é escolher uma lista comercial, que fuja de estilos muito marcantes, como o sertanejo e o axé”, diz.

Fonte: Revista PEGN



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