Os desafios para quem visita ou reside em Orlando

A cidade arrecada milhões em impostos e reverte parte dos tributos em Segurança e Trânsito, que estão cada vez mais preocupantes devido aos atropelamentos e batidas. Afinal, são 55 milhões de turistas ao ano que desembarcam na terra da magia. Mas o que dizem os habitantes?

Walther Alvarenga

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Orlando é um polo turístico dos mais importantes na Flórida, dispondo de atrações incríveis, destacando-se os parques da Disneyworld, os brinquedos do Universal Studio, entre inúmeras opções de lazer, mobilizando cerca de 55 milhões de turistas ao ano. É a cidade mais visitada dos Estados Unidos. Além disso, a terra da magia, como também é difundida, conta com um centro financeiro em expansão, que reage bem mediante a lenta recuperação econômica do país – após o mercado de investimentos ter passado por turbulências -, frente à reação positiva do setor imobiliário, o responsável pela crise americana. Com isso, a confiança dos americanos para consumir retorna, afirmam os economistas. E o grande desafio é o de não deixar aumentar a diferença social, mantendo o mercado de trabalho aquecido.

Universal-Studios-OrlandoA cidade se desdobra para atender o fluxo intenso de turistas que desembarcam em Orlando na busca de aventura, diversão e qualidade na receptividade. E se Miami era considerada o point preferido dos visitantes; a Flórida, a terra da Disney, agora ocupa o patamar máximo na escolha dos viajantes, atraídos pelos parques, pelas compras e pela tranquilidade. Portanto, investe-se alto no setor de obras, na manutenção da rede hoteleira, na educação e na segurança. A consumação rentável dos visitantes, principalmente dos brasileiros, que ocupam posição privilegiada no ranking de consumidores potencializados, reverte ao município somas invejáveis na arrecadação de impostos. A infraestrutura para o turismo cresceu – e mantém-se acelerada. Há cerca de 125 mil quartos de hotéis e 28 mil residências de aluguel para as férias – a maioria em condomínios fechados – , gerando empregos para aproximadamente 230 mil pessoas na região. “Walt Disney World” é responsável por 56 mil funcionários.


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E se há o glamour dos pântanos e dos brinquedos mirabolantes na capital do sonho, por outro ângulo, na praticidade rotineira de quem reside na cidade, Orlando carece de ajustes imediatos, principalmente no trânsito, que interferem e trazem descontentamentos aos seus habitantes. Acidentes frequentes ocorrem nas rodovias, incluindo os atropelamentos na International Drive, Colonial Drive, John Young Parkway e Semoran Blvd (umas das principais avenidas), inclusive o alerta foi divulgado pelo Jornal Nossa Gente, na edição anterior.

O Departamento de Operação do Sistema Viário de Orlando deve tomar medidas cautelares o quanto antes, na tentativa de amenizar a situação de caos que assola a cidade. As pessoas sentem-se inseguras no trânsito e temem tornarem-se vítimas dos percalços ocorridos no dia a dia. E ninguém – turista ou habitante – pretende ser contabilizado na lamentável estatística de atropelamentos.
O engenheiro civil, Fernando Piancastelli, natural de Belo Horizonte/MG, que reside há 15 anos em Orlando, disse que boa parte dos acidentes de trânsito ocorridos na cidade é provocada por turistas procedentes de países em que o volante fica à direita e os veículos seguem a mão de direção pela esquerda. Isso confunde o condutor e, geralmente, desencadea batidas ou a interrupção do fluxo de tráfico. Em países como Japão, Reino Unido (Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales), o volante está no lado direito do carro.
“Seria de extrema importância se as locadoras de veículos, em Orlando, colaborassem. Que fizessem a sua parte, disponibilizando um serviço de orientação aos visitantes oriundos desses países, com o volante à direita”, alerta o engenheiro. “Tais procedimentos poderão contribuir na redução de batidas nas rodovias”.

Na opinião do professor de Sociologia e Geografia, Luciano M., natural de Brasília, morador de Orlando há um ano e quatro meses, a questão do trânsito é crítica. Ele escreveu em seu blog o seguinte: “Aqui (Orlando), não temos um sistema de transporte eficiente, pois, se você depende do ônibus, sua restrição vai ser praticamente 100%. Por outro lado, eu acho, numa avaliação bem pessoal, que o trânsito daqui é, em especial na alta temporada, um caos. Caos mesmo, no literal sentido da palavra. E olha que não falo apenas de congestionamentos. Estou me referindo à quantidade de acidentes que observo nas principais vias sempre que saio de carro. Praticamente todo dia tem um ou mais graves acidentes na I-4. Incrível. Não entendo como as pessoas conseguem bater os carros. Acho que isso só se explica pelo excesso de velocidade, não tem como. A meu ver, não tem correlação direta com os turistas apenas. Acho que o povo aqui não sabe dirigir mesmo”.

Tributos para estrangeiros

Woman with bag looking through clothes in shopping mallÉ obrigatório para os turistas que visitam Orlando – no caso os Estados Unidos – pagar o TAX (imposto que varia entre 6 a 7%) do valor da mercadoria comprada, que vai direto para a arrecadação estadual, conforme o caso. Esses tributos não serão restituídos ao consumidor, como acontece na Europa com o VAT (Value Added Tax) ou IVA (Imposto sobre Valor Agregado), cobrado na maioria das transações de negócios no Reino Unido. Ao pagar uma conta em um restaurante ou loja, 20% de VAT estarão automaticamente incluídos no valor total da nota. Entretanto, ao deixar a União Europeia, os brasileiros (ou estrangeiros fora da Europa) que apresentarem às autoridades da alfândega os bens, os recibos/notas e um formulário preenchido de reembolso do VAT, serão ressarcidos das taxas de impostos. Ao desembarcar no aeroporto de Orlando, o aviso é claro aos turistas estrangeiros quanto ao reembolso do TAX. A nota do Departamento de Imigração diz o seguinte: “O Governo dos Estados Unidos não restitui o imposto sobre as vendas para os visitantes estrangeiros. Tal imposto é pago aos Estados, não ao Governo Federal – da mesma forma que o VAT é pago em muitos países. Se você está fazendo uma compra grande, como um carro, e pretende exportá-lo, você terá que contatar a autoridade de tributação no Estado que estiver fazendo a compra. Eles serão capazes de informá-lo sobre os critérios de reembolso de qualquer imposto sobre as vendas pago”, de acordo com o website U.S. Custom and Border Protection (www.cbp.gov).
“Os estrangeiros que visitam os Estados Unidos frequentemente confundem o imposto sobre vendas de titularidades dos Estados com o VAT. O imposto sobre vendas é um pequeno imposto sobre as compras ou serviços, calculado no momento da compra, e que compete a cada um dos Estados sendo que o Governo Federal não determina nem recebe. Os Estados Unidos não têm o VAT, e o Governo Federal não pode reembolsar os impostos estaduais de vendas”, finaliza o alerta.

Saiba o leitor que o imposto cobrado no aluguel de curto prazo, nos Estados Unidos, tais como hotéis e motéis, gerou US$ 16,2 milhões em 2013, comparado com US$16,9 milhões em abril de 2012. Durante os primeiros sete meses do ano fiscal de Orlando, o imposto gerou US$ 114 milhões, um aumento de 5,8 por cento em comparação com o mesmo período há um ano, segundo Richard Maladecki, presidente e diretor executivo da Central Flórida Hotel & Lodging Association.

Violência contestada

os-orlando-policeman-shot-during-traffic-stop--013Anteriormente apontada entre as cidades violentas dos Estados Unidos, segundo o relatório City Crime Ranking – contestado por criminologistas pela forma como o FBI computa as estatísticas para comparar as diversas áreas geográficas – Orlando enfrenta desafios com as drogas e roubos, mesmo dispondo de forte esquema de segurança. O estudo observou cidades com pelo menos 75 mil residentes e baseou-se em números de assassinatos, estupros, roubos, assaltos, arrombamentos e roubos de veículos por número de habitante per capita. Aproximadamente 220 mil pessoas vivem na capital mundial das férias (Orlando). No entanto, especialistas em criminologia de Orlando discordam e criticam os organizadores do relatório “City Crime Ranking”, por incluírem estatísticas de roubos de carros junto com assassinatos e crimes violentos. Eles alegam que a cidade não tem esse perfil. A polícia local, por sua vez, tem se desdobrado na tentativa de blindar a reputação municipal, agindo com veemência no suposto tráfico de drogas. Em Orlando, vê-se um número expressivo de crianças acompanhadas dos pais, o que requer total cuidado e empenho por parte dos responsáveis pela segurança. Nada poderá falhar e a integridade do cidadão deverá ser preservada.

Em cidades com o potencial de visitantes semelhante a Orlando, os residentes devem, incluindo os turistas, estar precavidos. Atentos para evitar as desagradáveis surpresas – roubos e acidentes de veículos – que normalmente ocorrem durante a programação de passeios, principalmente entre os adultos. Óbvio que a cidade é segura em muitos outros aspectos e que tudo depende da área onde você se encontra. É quase que impossível controlar o fluxo de 55 milhões de visitantes, portanto, cada um deve fazer a sua parte para conter o inevitável.

Magia intacta

Typhoon-Lagoon2Problemas à parte, é bom lembrar que nada poderá romper com a beleza e a magia de Orlando. Muitos dos turistas optam pela cidade – descartando Miami – porque é mais barato fazer compras. As lojas oferecem bons produtos, a preços promocionais, atraindo as chamadas “sacoleiras de luxo”. É muito comum ver brasileiros entrarem nas lojas, arrastando malas imensas. Nas bagagens, são acomodados os produtos comprados em grande escala: roupas, perfumes, cremes, brinquedos, óculos, celulares e computadores. Todos certamente serão revendidos no Brasil.

Por outro lado, os parques temáticos e aquáticos, além da Disney, são pontos obrigatórios para os pais levarem os filhos. Das crianças aos idosos, todos têm um lugar muito especial em Orlando. Portanto, banhar-se ao sol da Flórida, comer em bons restaurantes e divertir-se em brinquedos de alta potência são atrativos que mobilizam pessoas do mundo inteiro. Diariamente, turistas desembarcam na Flórida rumo à terra do Mickey Mouse, confiantes na segurança local. Ninguém, em sã consciência, quer levar para casa recordações desagradáveis de uma viagem frustrante. Sem dúvida, Orlando é a cidade capaz de transformar adultos em garotos, fascinados pelas atrações. Cabe, no entanto, aos órgãos responsáveis pelos tributos arrecadados pela cidade de os aplicarem em benefícios para o Município, na chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. É necessário manter a paz e a ordem.

Internacional Drive

international drive orlando floridaCaminhar pela famosa Internacional Drive, em Orlando, é descobrir as atrações a cada passo ou segundos. Basta ter fôlego e disposição para aventurar-se. Durante a trajetória, você pode optar em fazer um lanche rápido, para não perder o ritmo, ou mesmo se deliciar com uma boa taça de sorvete. A escolha é sua. Desde lojas de souvenir até luxuosos shoppings de outlet, há também fast-food, pubs e redes de restaurantes para a família. Basta uma caminhada para encontrar o International Drive Lakefront, adjacente do fliperama Magical Midway e Fun Spot Action Park, com seu passeio de cabo bungee.

Vale destacar os vários campos de golf miniatura, ornamentados por temas atraentes, incluindo piratas, safaris e até mesmo reduto de jacarés. As atrações da redondeza incluem o “Ripley’s Believe it or Not”, imperdível; “WonderWorks”; “Titanic: The Experience”; “The Pointe Orlando Dining”, centros de compras e de diversão. Tem ainda o parque aquático original de Orlando, “Wet ‘n Wild”.

Para você que quer caminhar pela Internacional Drive, sem limites de tempo, uma dica importante: coloque bermuda e camiseta (o calor às vezes incomoda), óculos escuros e um bom tênis. E não se esqueça de levar o protetor solar. Aventure-se, mas fique atento ao atravessar a rua e cruzar os faróis. Evite ser vítima de atropelamento.



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