Os cuidados com a saúde bucal dos filhos

Os cuidados com a saúde bucal dos filhos

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NOV/15 – pág. 12 e 14

Dra. Lisa M. Mangiarelli e Dra. Moema F. Arruda
Dra. Lisa M. Mangiarelli e Dra. Moema F. Arruda

A cárie é a doença crônica infantil mais comum e por isso é importante ensinar às crianças desde cedo a manter uma boa saúde bucal. A equipe do “Nossa Gente” conversou com a doutora Moema F. Arruda, cirurgiã dentista com especialização em Odontopediatria


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Formada em Odontologia pela “Universidade Federal de Goiânia”, em Goiás, a doutora Moema F. Arruda é cirurgiã dentista nos EUA, com especialização em Odontopediatria, voltada para a saúde bucal dos bebês, crianças e adolescentes, tendo se graduado na “University Puerto Rico”, em Porto Rico, atualmente trabalhando na conceituada “Clínica The Smile Doctors”, em parceria com a ortodontista, Lisa M. Mangiarelli, e o periodontista, David A. Beltran. Atenta e dócil com os pacientes,a médica também se especializou no atendimento às crianças especiais – portadoras de paralisia cerebral e autismo -, na Nova Southeastern University, em Fort Lauderdale, realizando um importante trabalho nessa área. Mas o grande impasse dos pais ao levar aos filhos ao dentista é quanto à exigência de clínicas que não permitem a presença dos mesmos no consultório, durante o tratamento. Uma norma abolida por Moema, que foi enfática na questão quando questionada: “Eu me sinto mais confortável quando os pais estão dentro do consultório com a criança. Principalmente na primeira visita, pois poderão verificar o ambiente, os cuidados no atendimento. E quando ocorre o operatório, a participação dos pais é de extrema importância porque podem segurar as mãos dos filhos, dando apoio, e isso tranquiliza a criança”, alerta a médica. “Os pais vão se sentir mais confortáveis, pois estão vendo tudo o que está acontecendo e a criança também se sente confortável. Se eu perceber que há um comportamento diferente na criança, então saio do consultório por cinco minutos, deixo que os pais conversem com a criança”.

“É preciso entender que a criança não é um adulto em miniatura”, prossegue Moema. “Têm pais que preferem que a criança fique sozinha no consultório para que se torne independente. Entretanto, existem estudos que comprovam que a criança irá se portar melhor no consultório se os pais estiveram presentes. Na minha filosofia de trabalho, os pais devem adentrar ao consultório e acompanhar o tratamento”, reforça. E quanto à distinção no comportamento de pais americanos e de pais brasileiros, a dentista explica que não há diferença. “Assim como o pai americano que senta ao lado do filho e conversa, a mãe brasileira tem o mesmo comportamento. Os cuidados são os mesmos. E não importa a nacionalidade porque a ansiedade é idêntica. E todas as vezes que vejo uma mãe brasileira no consultório com o filho, me lembro da minha mãe que sempre esteve presente quando eu ia ao dentista (sorri com saudosismo)”.

Mas se existe a boa convivência com pais e filhos na “Clínica The Smile Doctors”, há nos EUA consultórios de Odontopediatria que vetam a presença dos genitores dentro do consultório quando a criança é atendida. “Têm consultórios que impedem a presença dos pais o que considero inadequado”, diz Moema. “Impedir você de entrar onde o seu filho esta sendo atendido já tem redflag e isso não é bom. Como você vai entregar uma criança de quatro anos nas mãos de um dentista sem poder entrar no consultório para ver o que está acontecendo? Eu sempre me coloco no lugar dos pais”, alerta a dentista. “Os pais ficam tão felizes quando acompanham os filhos”.

O medo de dentista é um fenômeno conhecido há centenas de anos. Pinças, brocas, alicates, seringas e agulhas trazem certo desconforto para o adulto, imagine então para a criança. E quando consultada a esse respeito, a doutora Moema Arruda foi categórica: “criança tem medo de dentista. Aqui nos Estados Unidos temos o tell show do, a gente fala, mostra e faz. Na primeira visita da criança mostro a escovinha de dente, a seringa de água, o motorzinho de limpeza, com nomes especiais. E se a criança entra chorando no consultório, mostro um espelho e peço que me ajude, aí ela se acalma”, relata. “A odontopediatria é muito mais psicologia, é primordial entender que tudo isso é muito novo para a criança”, comenta.

Aviso importante aos pais

“Tenho alertado os pais para que tragam os filhos ao dentista o mais cedo possível. Até os primeiros seis meses, quando o primeiro dente está na boca ou no máximo até o primeiro aniversário , a criança deve ser levada ao consultório dentário. Isso é muito importante, um conceito de dental room que é estabelecer um lugar para o seu filho visitar o dentista, para ter aquele cuidado a cada seis meses. Isso é prevenção. E se os pais fazem a prevenção da criança, evita depois gastar com tratamentos caros”, alerta. “Às vezes os pais não se importam por se tratar de dente de leite, afirmando que vai cair, mas é preciso muito cuidado porque é um espaço que a gente preserva para a dentição permanente. Os dentes permanentes são maiores que os dentes de leite, e, se não forem cuidados, a criança cresce com bactérias na boca. Nos Estados Unidos tem muito açúcar na alimentação das crianças”, avisa.

E quanto à questão do medo da agulha, e como se proceder no caso de criança, disse a doutora Moema Arruda que tudo é técnica, um segredo na hora de aplicar a anestesia. “O importante é que a criança não veja a agulha, se não ver, não vai sentir medo. É uma técnica que uso, inclusive, minha assistente me entregar a agulha sem a criança perceber. Até eu, quando vou ao dentista e vejo a agulha, sinto arrepios (risos). Eu entendo como as crianças se sentem (risos). Claro que têm crianças mais sensíveis e que choram um pouco mais”.

“E quando a criança tem muitas cáries, em todos os dentes, nós a levamos para o hospital para a sedação”, continua a doutora. “Isso não é comum no Brasil, mas nós encaminhamos a criança para o hospital quando for necessário, e lá são feitos todos os procedimentos para a sua segurança. É solicitada a presença de um anestesiologista que irá supervisionar o trabalho e colocar a criança para dormir, acompanhado de uma enfermeira. Cada um faz a sua parte, o odontopediatra cuida da parte restaurativa do dente e o anestesiologista e a enfermeira fazem o resto”, conclui a dentista.

Residindo nos EUA deste de 2006 quando veio a convite da mãe e do padrasto para fazer especializações em Odontologia e revalidar o seu diploma no país, lembra Moema Arruda que o primeiro passo foi estudar o inglês. Posteriormente, fez exames e qualificação para Odontologia, sendo entrevistada em várias escolas. Mas foi em Porto Rico, em 2010, que surgiu a sua grande chance ao ser selecionada pela “University Puerto Rico”, entre duzentos candidatos. “Apenas seis candidatos foram selecionados entre os duzentos concorrentes”, conta. “Eu não falava espanhol, embora todos os testes fossem em inglês, mas me deram um prazo de seis meses para falar o espanhol fluente. Nesse período aprendi o idioma”.
Em 2012 Moema graduou em Odontologia, na “University Puerto Rico”,quando aplicou para odontopediatria e foi aceita. “Não foi fácil porque a concorrência é grande. Nos Estados Unidos apenas vinte por cento dos dentistas americanos conseguem a especialização. E para obter especialização é preciso ter formação no exterior, no meu caso o Brasil, e ser dentista nos Estados Unidos, como é o meu caso, aplicar o currículo e realizar uma série de exames e procedimentos. Ao tirar a minha licença, em 2014, depois de uma maratona de estudos, optei em trabalhar na Flórida. Hoje sou cirurgiã dentista com especialidade em odontopediatria. Também me dediquei para atender bebês, crianças, adolescentes e os pacientes especiais”, conta.“O paciente especial vai desde criança com paralisia cerebral, totalmente dependente,crianças autistas, crianças em cadeiras de rodas. E para isso tive treinamento em Forth Lauderdale onde é feita a capacitação de profissionais para lidar com crianças autistas. É importante que a criança, com necessidades especiais,seja vista por um dentista qualificado para ajudá-la”, relata.

“É importante à parceria com a doutora Lisa Mangiarelli – ortodontista -, na pediatria, pois temos acesso ao aparelho ortodôntico, pois há um índice grande de crianças com mal oclusão (desvio de oclusão, alteração do encaixe dos dentes) e isso exige um tratamento especial. E é importante ter essa consulta com o ortodontista, já aos sete anos, para se ter uma direção de quando tratar o problema. Não vamos colocar o aparelho ortodôntico na criança aos sete anos, mas a prevenção é essencial”, diz.

Tempo Livre

ora do consultório, no seu tempo livre, disse a odontopediatra que visitar a mãe, em Fort Lauderdale, é essencial. “Também adoro viajar. Ultimamente estou sem tempo para viajar porque estou trabalhando bastante. Procuro manter a saúde física, pois é preciso estar sempre renovada para atender os pacientes das nove da manhã até o último atendimento, às cinco da tarde. É vital estar preparada para isso. A atividade física é essencial. Adoro fazer exercícios físicos”, relata. “Eu gostaria de deixar uma mensagem a todos para que se cuidem, levem os filhos ao dentista para evitar gastos. Peço a todos que sigam em frente e se acreditem. Agradeço muito estar trabalhando nessa clínica ao lado de profissionais de grande gabarito. Isso tem sido muito bom e só tenho que agradecer”, conclui a médica.


WaltherAlvarenga

Walther Alvarenga



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