O despertar do Espírito

O despertar do Espírito

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MAI/16 – pág. 48

“E não vos conformeis com este século, mas reformai-vos em novidade de vosso Espírito, para que experimenteis qual é a vontade de Deus”- Paulo (Romanos, 12:2)

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Emmanuel, no livro “Justiça Divina”, afirma: “É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados, em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração. Somos enfermos pedindo alta”. É um alerta quanto a nossa situação espiritual. Somos Espíritos ainda pouco evoluídos, num planeta de provas e expiações, em busca do nosso aperfeiçoamento. Daí a fragilidade, as fraquezas, as falhas próprias de quase todos nós. E, em consequência, o reconhecimento de que precisamos trabalhar por melhorias íntimas, renovação interior. Só assim, poderemos compreender melhor a vontade de Deus e vivermos mais em harmonia com as leis divinas.


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O homem é infeliz quando tem muitas imperfeições (cap. 7, do livro “Céu e Inferno”). A maioria se compraz no egoísmo, no hedonismo, na vida instintiva. É necessário buscar o despertamento da consciência, sair do estado de sono, da vida rotineira e tentar vencer as limitações, crescer em conhecimento e virtudes. A história da humanidade mostra que os que detinham o poder tudo fizeram para manter o povo no atraso. Ao povo, pão e circo. A situação continua. Hoje é o carnaval, o futebol, televisão, certo tipo de música.

O Espiritismo nos convida ao nosso autodescobrimento, observar o nosso íntimo. Percebemos o mundo de fora, as pessoas, as situações, conforme nosso interior. Se não mudarmos, por dentro, para melhor, não conseguiremos perceber o bem e o belo nas situações e nas pessoas. À medida que mudamos o nosso íntimo, diz André Luiz, tudo melhora por fora. Isto porque vemos os outros e as coisas conforme nossa capacidade de percepção.

Há diversos níveis de consciência. Na consciência de sono, a pessoa acorda de manhã e liga o piloto automático. Vive rotineiramente, sem perceber as lições, as oportunidades de crescimento, que a vida oferece. Precisamos trabalhar pelo despertar da consciência. Viver com autonomia, isto é, cumprir o dever, agir corretamente, não porque é observado, ou fiscalizado. Não para ganhar elogios, ou evitar castigo, mas por saber que esta é a maneira de estar em paz consigo, em harmonia com as leis Divinas, e, portanto construindo sua felicidade. Na heteronomia a pessoa evita o erro por medo da punição, do castigo. Ainda não aprendeu administrar sua própria vida. Precisa seguir as balizas, as orientações de terceiros.

O automóvel, para circular na cidade, precisa observar a sinalização, respeitar as regras de trânsito. O avião, no espaço, tem alguns instrumentos (a bússola, o rádio) e o piloto segue a rota com maior liberdade. Poderíamos comparar o trânsito, de automóvel, à criatura que ainda precisa ser dirigida; e o avião seria aquele que já aprendeu fazer a sua própria rota.

No Livro dos Espíritos, questão 132, Kardec indaga: Por que Deus não nos criou perfeitos? Vem o esclarecimento que, se assim fosse, não haveria mérito de nossa parte. Também não haveria trabalho, fazer o quê? A perfeição é como o profissional que domina seu trabalho, mas está sempre se reciclando, se atualizando. Temos sempre que melhorar mais, e temos o que fazer no universo, que é cumprir a parte que nos cabe na obra da criação.

Como a semente que guarda, em latência, a árvore que será um dia, também o Espírito possui, desde o início, em potencial, o saber e as virtudes. Ele não fabrica, não adquire essas qualidades, e sim as desenvolve. Quem escolhe o caminho do bem chega mais rápido. Quando se desvia, Deus concede oportunidade para retornar ao caminho do bem. Importante exercitar a religiosidade, empenhar-nos por aplicar na vida diária os princípios em que acreditamos. A questão 894, de O Livro dos Espíritos, informa que os bons sentimentos, para os Espíritos evoluídos, não lhes custam esforços, é espontâneo. Já adquiriram o hábito de proceder bem, conforme a lei Divina. O bem tornou-se, para os evoluídos, um hábito. Quando Jesus recomendou perdoar 70 vezes 7 ensinou que precisamos de 490 vezes para formar o hábito. Se praticarmos 1 por dia, levaremos 1 ano e meio, mas é preciso repetir com boa vontade. Nos mundos mais avançados, o sentimento do bem é espontâneo em todos.

Para evoluir é necessário o estudo, a meditação, introjeção. Programação da mente, mudança de comportamento, aplicar na vida cotidiana o que se aprendeu teoricamente. A mudança de comportamento só ocorre com a prática. Meditar é digerir. Programar é nos prepararmos para fazer melhor. O comportamento inadequado reforça o erro.


José Argemiro da Silveira
Autor do livro: Luzes do
Evangelho, Edições USE

 



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