O alcoolismo nos idosos

O alcoolismo nos idosos

Edição de novembro/2017 – pág. 32

O alcoolismo nos idosos

No mês passado, escrevi sobre a demência – doença que se manifesta, com regularidade, mas nem sempre, com o envelhecimento, dependendo do nível de saúde emocional, física, socioeconômica e da herança genética de cada um.

Hoje, falarei sobre o alcoolismo ou vício às drogas (geralmente receitadas por um médico) aos idosos, pois, como sabemos, eles medicam-se com frequência devido a dores, doenças, hábitos socioculturais, mas também como forma de lidar com a solidão e/ou circunstâncias da vida.


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Dois terços dos idosos alcoólicos já o eram antes de chegarem à terceira idade, portanto desenvolveram essa doença ao longo da vida. Um terço dos idosos adquire dependência ao beber excessivamente, às vezes, devido à perda do esposo/a, depois da aposentadoria, ou de uma estada no hospital. Fazem-no às escondidas, em casa, sozinhos. Muitas vezes, eles mesmos se desculpam devido à idade, surdez ou alguma doença e assim se justificam por não terem aberto a porta para alguém que os visitou ou terem adormecido em frente à TV. Mais de 15 milhões de tranquilizantes são receitados a idosos.

Metade dos remédios que as pessoas idosas tomam incluem um sedativo e muitos deles repetem a dosagem dos medicamentos pelos seguintes motivos: esqueceram-se que já o haviam tomado, acham que o efeito será melhor, ou uma amiga recomendou e deu. A mistura com o álcool aumenta grandemente o efeito de sonolência e pode ser perigoso. Com a mudança metabólica, também podem aparecer a fragilidade e a diminuição de peso; além disso, o álcool não é digerido como já foi no passado e acaba sendo potencializado no organismo da pessoa.

Alguns dos sintomas menos óbvios do abuso de álcool incluem perda ou aumento de peso, dificuldade para dormir, marcas no corpo de queimaduras ou quedas, maior irritabilidade, esquecimentos e dificuldade em cumprir rotinas (limpezas, pagamentos de contas etc.).

Dependendo da relação pessoal existente, é sempre preferível ser direto e claro ao falar com essa pessoa sobre o assunto. Não desista e insista que o médico saiba. Fale-lhes dos grupos de apoio que já discutimos aqui, tais como os AA (Alcoholics Anonymous) ou um terapeuta com experiência em vícios. Acompanhe-o se necessário for.

A confrontação, às vezes, é difícil e pode requerer uma intervenção, ou seja, um ou vários encontros prévios das pessoas-chave (amigos e familiares de confiança e chegados ao idoso) com um terapeuta, antes da confrontação, para se conseguir uma preparação uniforme, clara e convincente, que facilitará uma destoxificação e tratamento eficaz consequente (geralmente internamento, primeiro). O processo é lento, mas os idosos são o grupo etário com melhores possibilidades de recuperação.

Para mais informações, fale com o seu médico. Consulte o https://www.aa.org/ para uma lista das reuniões dos Alcoólicos Anônimos e números de telefones locais. Para qualquer comentário ou mais informação, telefone-me e visite-me na www.ortigao.com

(Parte desta informação foi obtida através da Hanley-Hazelden, um dos centros de tratamento para idosos em West Palm Beach).



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