Nova Novela da Globo – AVENIDA BRASIL – Curiosidades e fatos

Nova Novela da Globo – AVENIDA BRASIL – Curiosidades e fatos

Cenários, referências e vivências

"Avenida Brasil", escrita por João Emanuel Carneiro e com direção de núcleo de Ricardo Waddington, se passa no Rio de Janeiro, mais especificamente no subúrbio carioca, em um bairro fictício que se chama Divino. A região é o cenário para quase todos os acontecimentos da trama. De acordo com o cenógrafo, Alexandre Gomes, a inspiração para a sua concepção veio de subúrbios reais e suas adjacências. Um profundo estudo, especialmente dos acabamentos das construções, foi realizado. A equipe de cenografia foi ver de perto as texturas, o envelhecimento natural e as cores destas regiões. 

Como a novela começa na década de 90, é comum encontrar pelo Divino referências deste período, como carros, orelhões, ônibus e um comércio bastante característico.  A produtora de arte, Ana Maria Magalhães, explica que as diferenças são enormes entre as duas fases da novela e exemplifica uma das dificuldades que encontraram. Logo em uma cena do primeiro capítulo foi necessário ter uma ambulância da época. A equipe de produção de arte trouxe o veículo de São Paulo, único local que ainda dispunha de um modelo dos anos 90.


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Mas o trabalho de produção de arte vai bem além disso. Antes de colocar a mão na massa, a equipe fez uma extensa pesquisa sobre o universo de ‘Avenida Brasil’.  Um deles foi entender o que está por trás do futebol, um esporte tão relacionado à cultura nacional. O estudo foi desde o nascimento do esporte até a sua influência na vida dos brasileiros e quem são os atletas que mais se destacam. Ana Maria Magalhães emprestou um pouco de suas memórias para a novela. Ela é filha de Augusto Magalhães (Gussy), um ex-jogador amador do Botafogo, antigo parceiro de João Saldanha na década de 30. O futebol é visto por ela com familiaridade, mas todas essas recordações foram atualizadas com o atual bastidor deste esporte tão popular e de seus protagonistas.

O subúrbio carioca foi outro foco de observação e análise. Ao mergulhar nas ruas e avenidas dessa região, a trilha sonora do lugar, ou seja, o charme, logo atraiu o interesse das equipes de produção, já que Avenida Brasil também explora este estilo de dança e música. No Divino há um shopping, diversas lojas de rua e outros tantos estabelecimentos comerciais. Todos os nomes e logomarcas foram criados pela equipe de produção de arte e o caminho para escolhê-los segue moldes parecidos com os trâmites reais de criação de uma marca.

Ainda neste passeio por um subúrbio fictício, destaca-se o salão de Monalisa (Heloisa Perissé). O salão é moderno e a construção leva cortes fortes, vibrantes, como vermelho e rosa.O desenvolvimento do milagroso creme de alisar os cabelos também mereceu um estudo bem específico para se chegar a um modelo industrial. Foi necessária uma avaliação cautelosa sobre este nicho de mercado e desvendar, passo a passo, os segredos de uma boa chapinha e de um cabelo bem lisinho. Monalisa, personagem de Heloisa Perissé, assumirá o título de Rainha da Chapinha e desenvolverá um produto capaz de alisar as cabeleiras.

A casa de Tufão (Murilo Benício) foi outro cenário desafiador. Na cidade cenográfica, a fachada remete o telespectador a um universo faraônico, obviamente, com muito humor, criatividade e brasilidade. Vale lembrar que Tufão é um jogador muito rico, mas que não abandonou as suas origens. Ele vive em um palácio construído no subúrbio. A mansão tem piscina, edícula e colunas de mármore na fachada para mostrar imponência. Os ambientes internos serão criados dentro do estúdio, com um visual bem dourado e muitos detalhes em veludo.

Como também haverá um núcleo cujo cenário é um depósito de lixo, a produção foi em aterros sanitários para entender o dia a dia de quem sobrevive nestas áreas. O depósito de lixo resultou de um trabalho muito minucioso e criterioso. Sob a orientação de profissionais que lidam com reciclagem, o cenário foi montado com uma base composta por entulho.

Ana Maria Magalhães e sua equipe ainda aprenderam um pouco sobre fundos de investimentos e mercado financeiro. Tudo isso para criar o universo de Cadinho (Alexandre Borges) e suas três famílias. O personagem é um grande investidor e vive de seu trabalho. A filha de Cadinho, Débora, vivida por Nathalia Dill, será praticante de tecidos acrobáticos. Mais uma vez a produção de arte se dedicou a esmiuçar esta modalidade esportiva, para recriar na ficção um ambiente próximo à realidade.

Mendonza, capital de uma província homônima argentina, também foi fonte de estudos. É lá onde a personagem Nina (Débora Falabella) cresceu, junto a sua família adotiva. A cidade vive da produção de vinho, dado que fará parte de trama da protagonista, pelo menos no período em que ela estiver vivendo por lá. 

Cabelos, bocas e olhos

 Em ‘Avenida Brasil’, o universo pop é uma das grandes inspirações quando o assunto é a caracterização dos personagens. Alê de Souza, conceituador, e Gilvete Santos, supervisora da caracterização, andam juntos, em parceria com a equipe de figurino e a direção da novela. “Eu tenho uma memória pop muito forte, até porque eu gosto muito desta cultura. Logo me veio à cabeça essas divas internacionais, referências que serão transportadas para núcleos como os de charme e do salão de beleza”, conta Alê de Souza.

 Alguns núcleos da novela são carregados em cores, mas tudo com muito bom gosto e foge do traço caricato. Há muita liberdade de criação, especialmente nos tipos mais populares que vivem no fictício bairro do Divino. “As unhas serão incríveis e teremos adesivos, desenhos, acrigel e cores fortes e metalizadas, algumas que são as tendências para este ano”, revela Gilvete.

 O sucesso da caracterização também depende de uma vasta pesquisa, que inclui visitas in loco, entrevistas com personagens reais e material disponível na internet, uma importante porta para as novidades de mercado e para as tendências de moda e comportamento. Prova disso está no trabalho feito com Nilo (José de Abreu), Lucinda (Vera Holtz) e tantos outros que vivem no depósito de lixo. Essa turma precisa chegar, em média, três horas antes da gravação para preparação da maquiagem. Cabelos amarelados, unhas e dentes maltratados, manchas na pele e um suor frequente no rosto fazem parte da composição deste núcleo. Pomadas e talcos para cabelos, tintas especais e uma série de outros produtos faz parte do dia a dia dos atores que circulam por este cenário. 

 O público vai ver cabelos bem críveis, na maioria dos personagens, que podem ser usados nas ruas, fora da tevê. Um dos mais surpreendentes será o de Carminha (Adriana Esteves) na segunda fase da trama. A atriz aparecerá na telinha com um visual diferente de tudo o que já fez em sua carreira. Alexandre Borges, que dará vida a Cadinho, também irá inovar no look. Ele usará os cabelos bem grisalhos na segunda fase do personagem. A protagonista, Nina (Débora Falabella), assumirá fios bem curtinhos, em sintonia com a alma transgressora desta heroína. “Ela não é fofa, é uma mocinha com ‘pegada’”, define Alê de Souza.

De maneira geral, a maquiagem será discreta e embelezadora. É claro que, em relação ao elenco feminino, algumas atrizes usarão cores mais fortes na boca e outras apostarão traços mais marcados e gráficos nos olhos. Mas ninguém terá uma imagem carregada. Sofisticação é a palavra de ordem no que se refere à caracterização.

 Personagens como Jorginho (Cauã Reymond) e Darkson (José Loreto) terão tatuagens. Para que os desenhos tenham qualidade, a equipe de efeitos especiais desenvolveu uma técnica de pintura no corpo que deixará as tatuagens ainda mais reais.

Heloisa Perissé, a Monalisa, estará com os fios longos e claros na primeira fase. Depois de 13 anos ela aparecerá com um novo corte, mais curto e prático, a exemplo de sua personagem, que valoriza outras coisas na vida além da beleza. A sua fiel amiga, Olenka, vivida por Fabiula Nascimento, terá uma cabeleira poderosa no começo da história, como algumas cantoras americanas. Depois o seu cabelo ficará mais versátil – podendo ficar liso ou adotar cachos mais largos. 

Nathalia Dill, a Débora, é uma garota praiana, que vive na Zona Sul. O seu visual será assim também, leve e natural. Seu cabelo está com os fios mais claros e curtos e o seu rosto ganhará pouquíssima maquiagem.       

Estilos, cores e brilhos

Marie Salles, a figurinista de Avenida Brasil, assumiu o desafio de levar para a telinha mais do que a moda dos subúrbios, universo retratado na trama. Ela quer que as peças de roupas e os acessórios mostrem o comportamento das pessoas que vivem nessas regiões. Após uma extensa pesquisa de imagem, que inclui visitações, busca por tendências, novidades e referências em diversas fontes como fotografias reais, blogs de moda e em publicações renomadas, Marie começou a construir cada estilo.

Como a trama tem duas fases, vários personagens passarão por importantes mudanças. Ao longo do tempo, ou seja, entre uma fase e outra, Monalisa (Heloisa Perissé) se define cada vez mais como uma mulher prática, que não se preocupa em ser sedutora e que não gasta o seu dinheiro para se adequar às novidades da moda. Peças básicas como calças, blusas e vestidos, todos sem riquezas de detalhes, são as apostas da personagem. Carminha (Adriana Esteves), que tem pouquíssimo dinheiro para investir em roupas, começa a novela com um estilo simples, beirando o desleixo. Essa personagem, a vilã de Avenida Brasil, é uma das grandes surpresas do figurino. Na segunda fase, Carminha se torna uma nova mulher, que esconde o seu verdadeiro caráter com figurinos comportados e suaves.

A equipe de figurino mergulhou no mundo do charme, do rap e do hip hop, incluindo a vertente musical destes estilos. Essas são as bases para vários personagens que vivem e circulam pelo Divino. Jeans, brilhos, saltos e muita cor nas roupas justas ao corpo deste grupo de personagens. Olenka (Fabiula Nascimento) e Suéllen (Isis Valverde) representam bem este universo. Tecidos estampados, como os que são usados por Muricy (Eliane Giardini), também estão em alta. Ela é uma das personagens que soube usufruir da ascensão econômica de Tufão (Murilo Benício), e que aparece em cena sempre bastante produzida, especialmente na segunda fase da novela.

Já o depósito de lixo, outro cenário de Avenida Brasil, fica no extremo oposto. O núcleo, formado por crianças e pelos atores Vera Holtz e José de Abreu, é vestido por peças que recebem uma lavagem especial, escurecida, um tratamento delicado que tira um pouco das cores dos trajes. São peças sobrepostas, uma em cima da outra, como se tivessem o objetivo de proteger os moradores de todo o lixo que contém no depósito Marie conta ainda que o plástico também é usado para ajudar a compor o visual dos personagens, em uma verdadeira mistura do orgânico com o industrial. 

O futebol, claro não poderia faltar na pesquisa e concepção de vários personagens. Influências de craques brasileiros e internacionais – seja no estilo de pentear o cabelo, de usar uma joia ou de se vestir fora dos campos – serão vistos nos papéis interpretados por Murilo Benício, Cauã Reymond, Thiago Martins e Bruno Gissoni. Este último, por exemplo, adere ao moicano, famoso cabelo dos jogadores de futebol. Trajes esportivos, tênis, moletons e camisas coloridas compõem o guarda-roupa dos atletas da história. De acordo com Marie, sua equipe precisou criar marcas fictícias para determinadas peças do vestuário. 

Nina, a personagem de Débora Falabella, é uma mulher básica e moderna, que pode estar em qualquer lugar do mundo. Calça jeans e blusas despojadas, confortáveis definem a maneira de vestir da protagonista.

Os personagens que vivem na zona sul, ou melhor, Cadinho (Alexandre Borges) e suas mulheres e filhos, se vestem, basicamente com peças nas cores marrom, caramelo, preto e branco. Vermelhos, azuis e verdes, em tons mais fechados, também são usados. Esses personagens apostam em trajes mais sofisticados.  

‘Avenida Brasil’ reúne um time formado por quatro diretores-gerais: Amora Mautner, José Luiz Villamarim e Gustavo Fernandez e Ricardo Waddington, que também, assina a direção de núcleo. A equipe de produção conta com Marie Salles (figurino), Ana Maria Magalhães (produção de arte), Alexandre Gomes (cenografia), Gilvete Santos e Alex de Souza (caracterização), Fred Rangel (fotografia e iluminação), Toni Cid (efeitos visuais), Marcos Soares (efeitos especiais) e Eduardo Oliveira (produção musical), entre outros tantos profissionais. 

 

Foto: Nilo ( José de Abreu )

Crédito: TV GLOBO / Alex Carvalho



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