Fase de maturação

Fase de maturação

Aos 19 anos, o paulista Kaique Rodrigues acredita na força do caratê brasileiro para os Jogos Tóquio 2020

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
humberto@esportedefato.com.br

Paulista de São José do Rio Preto, o lutador de caratê Kaique Rodrigues tem uma vida corrida. O jovem de 19 anos, que lidera o ranking brasileiro masculino sênior na categoria kumite até 84 quilos, mora no litoral catarinense, na cidade de Balneário Camboriu, estuda Direito na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), na vizinha Itajaí, mas seus treinos de luta são em Joinville, que fica a aproximadamente 100 quilômetros de sua casa. “A parte física eu até faço em Balneário Camboriu mesmo. Somente o treino técnico que eu realizo em Joinville, com o sensei Sidnei Maciel”, explica.

Como todos os praticantes dessa arte marcial japonesa que estreia como modalidade olímpica nos Jogos Tóquio 2020, Kaique não disfarça a euforia. “O Brasil atualmente possui um dos caratês mais fortes do mundo. Com a inclusão do caratê nos Jogos de Tóquio, o esporte será muito mais visado dentro do país dando uma motivação a mais para os já praticantes e atraindo crianças e novos praticantes”, acredita o carateca que, para Tóquio, irá disputar a vaga na categoria acima dos 75 kg.


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Esporte de Fato – O que achou da inclusão do caratê como categoria olímpica, no Jogos Tóquio 2020?

Kaique Rodrigues – Achei um grande avanço para nossa modalidade. Acho que é o sonho de todo esporte participar das Olimpíadas. Quando tive a notícia de que o caratê foi incluído, fiquei muito feliz e mais motivado a treinar e alcançar uma almejada vaga olímpica.

Esporte de Fato – Nas lutas do caratê masculino nos Jogos de Tóquio, serão somente três categorias – até 67 kg, até 75 kg e acima de 75 kg. Você normalmente luta numa categoria abaixo dos 84 kg. Essa limitação na quantidade de categorias olímpicas é muito prejudicial?

Kaique Rodrigues – Para ter mais competitividade, acho que deveriam ser adotadas nas Olimpíadas as mesmas categorias do circuito mundial, sem nenhuma alteração. Mas acredito que para as Olímpiadas de Paris, em 2024, sejam incluídas as outras três categorias de peso que ficaram de fora – no masculino, abaixo de 60 kg, abaixo de 84 kg – que é a minha – e acima de 84 kg.

Esporte de Fato – Dos atuais atletas da seleção brasileira de caratê, quais acreditam que tenham mais potencial para disputar medalhas em 2020?

Kaique Rodrigues – Temos quatro atletas que se destacam e são atualmente quem tem as reais chances de disputarem medalhas: Douglas Brose, Vinicius Figueira, Hernani Veríssimo e Valéria Kumizaki. Esses quatro atualmente são os melhores brasileiros colocados no ranking mundial e por isso acredito que, se as Olimpíadas fossem hoje, apesar do Douglas e o Vinicius brigarem na mesma categoria olímpica, teríamos três medalhas para o Brasil.

Esporte de Fato – Como se iniciou no karatê?

Kaique Rodrigues – Eu iniciei em 2006. Não me lembro ao certo de qual foi o principal motivo de eu começar a praticar, mas acredito que seja por querer fazer algo além de só futebol.

Esporte de Fato – Dos títulos que conquistou, quais considera mais marcantes?

Kaique Rodrigues – Um foi em 2015, o ano em que fui campeão sul-americano, o que deu início à minha trajetória dentro da seleção brasileira. E o outro foi no ano passado, a disputa da seletiva para a seleção brasileira sênior, em que fui campeão. Acho esse título marcante por ter sido minha segunda competição na categoria adulta e eu ter conseguido entrar na seleção principal, que é o sonho de qualquer atleta dentro do caratê. E ainda consegui terminar na primeira posição no ranking brasileiro na categoria kumite abaixo de 84 quilos.

Esporte de Fato – Quais são as próximas competições importantes que irá disputar?

Kaique Rodrigues – Serão o Campeonato Pan-Americano e uma etapa da Série A, realizados em junho e em setembro, ambos em Santiago, no Chile. Esses dois são certos que irei estar presente. Mas tem outras etapas do circuito que são realizadas na Europa. Se eu conseguir ir, seria bom participar para acumular experiência a nível mundial.

Esporte de Fato – Como quase tudo no Brasil, o esporte passa por um momento de crise. Você tem patrocinadores?

Kaique Rodrigues – Atualmente não tenho nenhum patrocinador, apenas ganho a Bolsa Atleta, dada pelo Ministério dos Esportes. É difícil continuar dentro de um esporte para o qual as empresas ainda não tem olhos. Desanima muito o fato de não ter nenhum patrocínio me dando apoio, não só financeiramente, mas nem com suplementação, alimentação, nada. Eu até estou à procura de algum patrocinador, mas não estou conseguindo nada ultimamente.

Foto destaque: lutador de caratê Kaique Rodrigues – Fotos: divulgação
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