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EUA dizem que vão enviar caças para a Polônia
A crise na Ucrânia se agrava. Os Estados Unidos se posicionaram que não vão reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia, se residentes votarem na próxima semana pela integração da região ao território russo
Os Estados Unidos vão enviar caças F-16 para a Polônia até a próxima quinta-feira, 13/3, conforme anunciou o Ministério polonês da Defesa ontem. A Polônia faz fronteira com a Ucrânia, que passa por uma crise desde novembro de 2013 e vive tensões na região autônoma da Crimeia.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, e o da Polônia, Tomasz Siemoniak, fizeram um acordo sobre o envio de “uma unidade da Força Aérea americana”, segundo divulgou o Ministério.
“A unidade estará integrada por 12 aviões F-16, aviões de transporte e 300 soldados”, disse o porta-voz da Pasta, Jacek Sonta. “O envio começará no domingo e terminará na quinta-feira”, acrescentou em nota. Quinta passada, os Estados Unidos enviaram para a Lituânia quatro aviões F-15 para reforçar a vigilância do espaço aéreo báltico.
Sem reconhecimento
Tony Blinken afirmou ontem que os Estados Unidos não vão reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia se residentes votarem em referendo na próxima semana pela integração da região ao território russo.
Autoridades da Crimeia convocaram para 16 de março um referendo para confirmar que a região, que tem maioria formada por russos étnicos, é parte da Rússia. A votação foi marcada depois da deposição do presidente ucraniano, aliado de Moscou, no mês passado.
Tony Blinken, vice-conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou em entrevista à CNN que a Rússia ficará sob pressão internacional cada vez maior por conta do referendo.
“Primeiro, se houver uma anexação da Crimeia, um referendo que transfira a Crimeia da Ucrânia para a Rússia, não vamos reconhecê-lo nem a maior parte do mundo vai”, disse Blinken.
“Segundo, a pressão que já exercemos em coordenação com nossos parceiros e aliados vai crescer. O presidente deixou muito claro ao anunciar nossas sanções, assim como fizeram os europeus outro dia. Isso é o primeiro passo e colocamos em ação um mecanismo muito flexível para aumentar a pressão, aumentar as sanções”.
Entenda o caso
O território da Crimeia está no centro da atual disputa entre a Ucrânia e a Rússia que ameaça a segurança mundial. Os problemas começaram em novembro, quando multidões começaram a ir às ruas da capital ucraniana, Kiev, para pressionar o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a fechar um acordo comercial com a União Europeia em detrimento de um com a Rússia, sem sucesso.
O movimento se fortaleceu diante da derrota e ocupou a Prefeitura de Kiev e a Praça da Independência. O governo reagiu com violência e prisões arbitrárias, o que pareceu dar gás aos manifestantes. Em fevereiro, Yanukovich deixou o país, e um governo interino pró-UE assumiu o poder.
O Ocidente reconheceu a troca, mas o governo russo viu nela um golpe de Estado. Com base nisso, alegou que havia ameaça aos cidadãos de etnia russa que vivem na Crimeia e foi, aos poucos, tomando o controle da área. (das agências)
Fonte: opovo.com.br