Contra tudo e contra todos

Contra tudo e contra todos

Maicon Andrade superou adversidades e adversários para conquistar a vaga olímpica dos pesos pesados do taekwondo

por Luiz Humberto Monteiro Pereira

jogoscariocas@gmail.com

Maicon Andrade, representante do taekwondo brasileiro nas Olimpíadas de 2016 na categoria acima de 80 kg - Foto: Du Merlino/Prefeitura Municipal de São Caetano dos Sul
Maicon Andrade, representante do taekwondo brasileiro nas Olimpíadas de 2016 na categoria acima de 80 kg – Foto: Du Merlino/Prefeitura Municipal de São Caetano dos Sul

O caminho que levou o mineiro Maicon Andrade de Justinópolis, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, até a Arena Carioca 3, onde serão disputadas no dia 20 de agosto as provas dos pesados do taekwondo nas Olimpíadas de 2016, não foi fácil. Caçula de uma família de 9 irmãos, trabalhou como assistente de pedreiro e como garçon para ajudar a família e para sustentar sua paixão: o taekwondo. “Era um trabalho pesado e eu chegava em casa exausto. Mas era o único jeito de permanecer lutando”, relembra. Mas o pior golpe veio de onde ele não esperava. Foi quando sua mãe, Dona Vitória, foi diagnosticada com câncer. “Foi o momento mais difícil. Eu estava em competições muito importantes. Mas mantive o foco e não desisti. Tudo que aconteceu com ela serviu de inspiração”, explica. Segundo Maicon, a mãe recebeu o tratamento necessário e está curada.


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Na seletiva olímpica, realizada no Espírito Santo de 18 a 20 de março, Maicon não estava entre os favoritos. Nos últimos tempos, além da badalada candidatura do lutador de MMA Anderson “Spider” Silva – que acabou não se confirmando –, os nomes mais cotados entre os pesados eram o capixaba Guilherme Félix e o paulista André Bilia. Maicon chegou à competição de forma discreta, mas acabou conquistando a cobiçada vaga para as Olimpíadas do Rio. “Foi como eu esperava. Eu estava muito focado e foi bem tranquilo”, comemora o atleta de 23 anos, que estuda Geografia na Faculdade Anhanguera e é patrocinado pela Prefeitura de São Caetano do Sul e pela academia Bio Ritmo, além de receber a Bolsa Atleta do Ministério do Esporte.

Jogos Cariocas – Como você se aproximou do taekwondo?

Maicon Andrade – Comecei aos 13 anos, em um projeto sócio-educativo da prefeitura em Justinópolis, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quando era criança, treinava de forma lúdica, não tinha uma perspetiva de ser atleta. Mas, conforme fui crescendo e tive a oportunidade de lutar em alto nível, comecei a ver que queria isto para mim. Em 2013, os irmãos Clayton e Reginaldo dos Santos, técnicos de São Caetano do Sul, me viram numa competição e me convidaram para treinar lá. Mudar de cidade foi complicado, mas a minha mãe e meus irmãos me apoiaram. Oito meses depois, já estava na seleção brasileira.

Jogos Cariocas – O que mais o atrai no taekwondo?

Maicon Andrade –  É o esporte que eu amo e escolhi para ser minha profissão. Me identifiquei desde o começo, e ele me ensinou muitos valores e princípios. Não me imagino realizando outra coisa. O taekwondo é um esporte que transforma vidas. A única parte difícil é ficar longe da família.

Jogos Cariocas – Onde treina atualmente?

Maicon Andrade – Treino em São Caetano do Sul, no Circolo Italiano, com a minha equipe Two Brothers Team, com coordenação de Marcelo Todaro. Sou treinado pelos irmãos Clayton e Reginaldo dos Santos. Treino de segunda a sábado, dois a três períodos.

Jogos Cariocas – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?

Maicon Andrade –  Foi a conquista da vaga olímpica, pois foi um caminho duro e de muito trabalho para chegar neste momento. Antes disso, minhas principais conquistas foram o bronze no Universíade 2015, o ouro no Paraguai Open – com o titulo de melhor atleta da competição –, Egito Open e Colômbia Open.

Jogos Cariocas – Na disputa pela vaga olímpica, no Grand Slam de Vitória, você surpreendeu lutadores que eram cotados como favoritos. Qual foi a sua estratégia?

Maicon Andrade – Para essa disputa, eu e meus treinadores traçamos planos de treino e metas para realizarmos. O diferencial foi o estudo de cada movimento do meu adversário, o Guilherme Félix, que é um excelente atleta. Assistimos milhares de vezes suas lutas até traçarmos uma estrategia que encaixava com o jogo dele. Graças a Deus, deu tudo certo!

Jogos Cariocas – Como estão as chances do taekwondo do Brasil nas Olimpíadas?

Maicon Andrade –  As chances serão boas, desde que todos os atletas tenham bom planejamento e realizem grandes estudos em cima de cada adversário.

Jogos Cariocas – O que espera dos Jogos Rio 2016?

Maicon Andrade – Todo atleta sonha em disputar os jogos olímpicos. Sempre sonhei e tive esse objetivo em minha carreira. O fato de estar agora realmente dentro deste processo é como um sonho realizado. Nas Olimpíadas do Rio, espero honrar minha equipe e o meu país. E realizar meu sonho de ser campeão olímpico.

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