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A taça do vinho é nossa
Com esse guia super simples, não há quem possa errar.
Edição de agosto/2018 – p. 42
Pode parecer excesso de zelo (pra não dizer frescura), mas a verdade é que a taça correta faz a diferença sim na degustação de vinhos – e assim como vestidos longos e gravatas borboletas, é preciso saber como e quando usar. E apesar de uma rápida pesquisa na internet indicar à resposta de “qual taça usar”, a seguir você irá encontrar dicas e informações sobre os diferentes tipos de taças de vinho, ou seja: os “porquês” – e não só as regras. Cheers!
Espumantes
Que o principal diferencial de um vinho espumante são suas bolhas, você já sabe. Mas faz diferença no sabor, se elas são muitas ou poucas? Ou se elas se movem rapidamente ou mais devagar? Faz sim! E por isso existem várias taças para vinhos espumantes, notoriamente:
Flute: ideal para espumantes secos (brut e extra brut), como Cavas ou Cremants, pois a estrutura fina da taça conserva as bolhas, mantendo-as constantemente “ativas” durante o consumo – até porque essas taças são de pequeno volume. (Fig. 1)
Tulipas: já tomou um espumante que tem um cheirinho delicioso de flores ou frutas? As tulipas são as taças ideais para esses vinhos, pois sua boca mais ampla permite que os aromas expandam. Ou seja: par perfeito para um prosecco ou rosé. (Fig.2)
Coupe: aquela clássica cena do Leonardo DiCaprio brindando seus convidados no “The Great Gatsby”… Elegante não? A taça que ele tem nas mãos é uma coupe: super charmosa e vintage, é para ocasiões onde a perlage não importa tanto, uma vez que ela “acaba” mais rápido, pois as bolhinhas se dispersam no ar. O resultado é um vinho levemente efervescido, e mais doce e frutado. Vai bem com um Asti. (Fig. 3)
Vinhos brancos
Taça de vinho branco doce: sim, elas não tem um nome “oficial”. Serão todas apenas “taças de vinho branco”. Mas para vinhos adocicados como Ice Wines ou Sauternes, esse formato mais arredondado no fundo acentua os aromas de damasco e pêssego maduros desses vinhos, que normalmente passam pelo processo de botrytis (longa história – e longa mesmo: as uvas desses vinhos “passam” do tempo da colheita, e quase “apodrecem” no cacho, gerando mais açúcar, típico de fruta madura). Esse aroma e sabor são desejáveis, e essas taças revelam exatamente isso. (Fig. 4)
Taça de vinho branco suave: essas são as taças ideais para o meu, o seu, o nosso Pinot Grigio de todo dia. Elas são baixinhas e pequeninas, e trazem toda a acidez daquele Sauvignon Blanc neozelandês à tona (leia a reportagem do mês passado, e aprenda mais sobre Sauvignon Blancs neozelandeses). (Fig. 5)
Taça de vinho branco: essa é a típica taça de vinho branco, encontrada em supermercados, farmácias e padarias. É a servida em buffets e festas, e a razão é bem simples: ela cumpre bem com sua função, e facilmente substitui as duas anteriores. A boca é mais ampla que as duas anteriores, e acentua outros tons como nozes e frutas secas – e acredite: esse formato “empurra” o líquido de forma mais central para a boca. Sabemos, parece frescura, mas experimente. Faz a diferença. (Fig. 6)
Vinhos tintos
Vinhos tintos suaves: essas taças seguem a mesma ideia das taças de vinho branco leve – elas são mais baixas e menores que as demais taças de vinho tinto, e com isso balanceiam o teor alcoólico, acidez enquanto trazendo nuances de frutas e temperos direto para o nariz, perfeita para Zinfandel. (Fig. 7)
Burgundy: outra taça bem elegante e icônica (para os fãs da série Scandal, é a taça da Olivia Pope – se bem que ela andou bebendo direto da garrafa… enfim…). Essas taças são bojudas e largas na base com a boca mais restrita para balancear a acidez e intensidade de Pinot Noirs e Barolos, que precisam de espaço para respirar. (Fig. 8)
Bordeaux: taça de vinho tinto – clássica e imponente, essa é a representante oficial do grupo, uma vez que são altas e com base ampla – mas não tão amplas como as de Burgundy. Sua altura diz respeito à relação com os taninos normalmente encontrados em Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, ou seja, vinhos “encorpados”, com variedade de sabores, que podem “circular” pela taça. (Fig. 9)