A importância de se avaliar riscos em negócios comerciais

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AGO/13 – pág. 56

cordabamba-1024x821Por mais que se pensa que todos os ângulos de um negócio estão sendo avaliados, sempre se deve considerar um appraisal ou um consultor.


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Muitas iniciativas de negócios falham devido a esses fatores. De cada 10 empresas abertas, somente 1 prospera e 1 se mantém.
Os motivos mais comuns são os relacionados à falta de profissionalismo e à informação. Há um banco de dados enorme à disposição dos empreendedores. Desde o censo para casos de demografia até os que são mais complicados como os que moderam a qualidade de inadimplência por parte dos bancos.

Há também o risco inevitável de ler dados erradamente. Encontram-se muitos websites gratuitos, bem como não gratuitos, com informações não “completamente” confiáveis. Na nossa comunidade, é comum ver pessoas investindo em negócios sem a menor noção do ramo em que se estão envolvendo.

Recentemente, uma empresa de saúde resolveu entrar em venda, sobrando mais de $600 mil por ano de lucro líquido. Os proprietários pediam $1,5milhões.

Após passar por muitas fases de inspeções e de avaliações, inclusive de appraisal, feitas com experts, aparece uma pergunta:

E o ObamaCare?
Quando lido, mesmo sem a redação final, o negócio é inviável. Vira um negócio muito difícil para se ter noção de quanto gerará de resultados e, portanto, tudo o que foi feito no passado não se projeta para o futuro. O custo para evitar grande perda foi a contratação das pessoas certas e dos consultores do ramo. O que parecia ser caro virou prejuízo mínimo em relação à possível perda total.
Posso ficar enumerando muitos outros casos de insucesso, mas vamos a outros de sucesso:

Há algum tempo, recebi uma consulta sobre navios para carga e fui fazer a análise de mercado. O que era para ser uma resposta curta e seca sobre a total inviabilidade de negócio passou a ser uma luz verde bem forte. Os estudos que foram feitos mostraram a falta de equipamento para venda no mercado e um número muito grande de rotas a serem exploradas. O mercado está em expansão e, para visão de longo prazo, estão os novos canais para travessia do Atlântico ao Pacífico e também as expansões nos portos. Muitas outras considerações, como a decisão dos EUA em permitir que um navio de bandeira não americana possa fazer transportes entre portos americanos, mostram visão bem otimista.

Skeptical PhotoDesapontado pelo volume de investimento necessário para atingir o sucesso, o cliente passou a considerar outro ramo de negócio, porque esperava transportar um número de containers em que o ponto de equilíbrio mostra ser insuficiente.

Algumas operações de sucesso passam também por procurar JV com alguns outros investidores do ramo e até empresas de capital de risco. São comuns e bem-vindos os parceiros “chatos”. Aqueles que não aceitam arriscar e que colocam seu dinheiro no negócio. Essa “dor” de dividir o sucesso traz a tranquilidade de minimizar o insucesso.

Muitos palpiteiros, não conhecedores das suas responsabilidades, quando abrem a boca, sugerem negócios mirabolantes e sem nexo. Confundem as equações matemáticas e acabam levando pessoas a grandes perdas e fracassos.

Não podemos nos esquecer dos casos clássicos na cidade como o Atlantis, que era para ser o maior prédio de Orlando, com um investimento de mais de $10 milhões só em estudos e projetos. Os empreendedores, seguros de seu sucesso, misturaram o dinheiro investido por terceiros no projeto e acabaram presos pela Interpol. Todo o cuidado é pouco.

Antes de qualquer transação com dinheiro de terceiros, devem-se considerar as opiniões de advogados especializados, tributaristas e criminalistas. Hoje, alguns bancos têm restrições enormes contra dinheiro vindo de certos países por falta de credibilidade quanto à legalidade desse dinheiro.

Portanto aquilo que poderia parecer solução comercial vira pesadelo contábil e legal na hora de operar. Lembre-se que o contador deve denunciar fraudes, assim como corretores ou qualquer profissional que veja ilegalidade em transações ou negócios com estrangeiros, bem como com residentes.

O que parece bom demais é suspeito e, às vezes, o que parece pouco lucrativo vira um negócio bom pela tranquilidade e pela estabilidade. As portas dos negócios à venda estão sempre abertas, mas tem que saber onde bater e como bater.

Recentemente, uma empresa consultou-me sobre a possibilidade da venda da empresa somente pelo seu ativo, uma vez que seu resultado operacional não era compatível com o valor a ser investido. Isso é comum e chama-se Asset Sales. Os corretores de negócios odeiam oferecê-los, pois as comissões são muito pequenas e difíceis. Boa procura pode colocar, em frente ao investidor, uma empresa pronta para dar lucro, já montada e com preço bem aquém daquele que seria pago para montar os equipamentos e máquinas. Uma “barbada” que, se for mal oferecida, parece péssimo negócio.

Para exemplificar, estive vendo uma linha de destruição de pneus para fabricação de carpetes e outros derivados do aproveitamento da borracha arrancada dos pneus. O maquinário novo custa em torno de $2milhões. Sua instalação completa, com separadores de aço e de algodão etc., mais $1milhão. Na área central, havia uma planta completa, sem nunca ter sido usada, por $600 mil, com direito à pequena pechincha. A razão da venda: o dono havia falecido e o depositário do inventário estava vendendo quase a preço de peso.

Não há garantias para fazê-lo encontrar oportunidades iguais àquelas que pretende fazer, no entanto, é importante contratar alguém para especular o mercado. Se for conveniente buscar ajuda de um sócio, tenha certeza de que ele conheça bem o ramo, principalmente o produto que será comercializado. A potencialização do prejuízo é extremamente alta.

www.atlanticexpress.com
antonioromano@gmail.com

 



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